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Review King of Meat: caos engraçado com amigos, mas limitado no solo

King of Meat traz humor e diversão em um jogo de batalha insano. Prepare-se para uma experiência única e hilária!

Leitura: 6 Minutos
Review King of Meat: caos engraçado com amigos, mas limitado no solo

Existem jogos que a gente já sabe logo de cara que não nasceram para serem levados a sério, e King of Meat é um deles. O novo título da Amazon Games aposta no absurdo: um game show mortal, personagens caricatos, customização hilária e muita zoeira para jogar em grupo. Eu passei algumas horas nele com amigos e rimos bastante — mas também ficou claro que, sozinho, o jogo perde grande parte da graça.

Primeiras impressões: um programa de TV insano

King of Meat coloca você como competidor de um reality show no submundo, algo entre Takeshi’s Castle e um “Gladiadores do Futuro” com armas e armadilhas. As fases são dungeons recheadas de inimigos, puzzles e obstáculos que parecem feitos de propósito para derrubar jogadores distraídos. O mais legal é como o jogo abraça o caos: ninguém sobrevive sem cair em armadilhas bobas, errar pulos ou gritar com o amigo que não ficou na placa de pressão. É essa energia caótica que garante boas risadas.

A cada rodada, seu desempenho gera ouro, que serve para liberar armas, habilidades e cosméticos. E é aí que minha imaturidade brilhou: claro que eu gastei no olho esbugalhado e no chifre mal colocado, só para deixar meu boneco ridículo. Isso é King of Meat — humor simples, debochado e divertido.

O charme e o problema da repetição

Depois de algumas partidas, a repetição fica evidente. Os mapas oficiais têm diferenças visuais, mas a estrutura se repete: inimigos, armadilhas e plataformas que parecem recicladas. É divertido nas primeiras horas, mas logo senti a falta de variedade real. O combate contribui para essa sensação: básico, funcional, mas sem profundidade. Ele existe mais para manter a bagunça rolando do que para oferecer desafio.

Essa simplicidade funciona em grupo, onde a diversão vem mais das falhas e das zoeiras entre amigos. Mas sozinho, fica cansativo rápido. Joguei algumas rodadas sem companhia e a sensação foi de estar preso em um loop que não me empolgava mais.

Comunidade pode salvar o jogo

Um ponto forte é o editor de mapas. Fácil de usar e relativamente flexível, ele permite criar dungeons com armadilhas, puzzles e arenas de combate. Já encontrei mapas bizarros criados por jogadores: um coliseu lotado de esqueletos, uma torre de plataformas quase impossível de escalar, e até fases-piada feitas só para trollar. Esse conteúdo criado pela comunidade tem potencial para manter King of Meat vivo.

Ainda assim, há limites. É preciso terminar sua própria criação para publicá-la, e há restrições de custo por sala. Faz sentido, mas restringe a criatividade mais “livre”. Mesmo assim, foi nesse modo que vi o maior potencial de longevidade do jogo.

Customização: o humor na pele

Outro ponto que rende diversão é a personalização dos personagens. Nada de status extras, só estética. Mas poder colar adesivos em lugares aleatórios, botar olhos onde não devia e inventar combinações bizarras já garante boas risadas. É o tipo de recurso que combina perfeitamente com a proposta descompromissada do jogo.

Melhor em grupo, limitado no preço

King of Meat é um jogo feito para multiplayer. Tem matchmaking e crossplay, mas é em amigos que ele realmente brilha. E aqui entra o maior problema: o preço. Custando US$29,99, fica difícil justificar quando tantos partygames gratuitos ou inclusos em serviços como Game Pass entregam experiências igualmente caóticas. Se fosse free-to-play, acredito que teria muito mais espaço no mercado.

O jogo não é ruim, pelo contrário: é divertido e cumpre bem a proposta de gerar risadas em grupo. Mas o custo alto, aliado à repetição e à limitação da experiência solo, pode afastar jogadores.

Veredito

King of Meat é uma boa pedida para quem quer rir com amigos em partidas rápidas e caóticas. Ele é simples, engraçado e tem potencial com o editor de mapas e crossplay. Mas também é repetitivo, raso em combate e caro para o que entrega. Eu gostei de jogar com amigos, mas não voltaria a jogá-lo sozinho.

Nota: 7/10

É pura diversão coletiva, mas falta conteúdo para sustentar quem busca algo além da zoeira inicial. Espero que em futuros updates isso mude.

Rômulo Justen
Rômulo Justen

Editor de Games

Jornalista que compila código e combos: troca bugs por chefões desde o Atari 2600. Agora farma XP em action‑RPGs com o filho Noah, sem perder o buff do café.

Jornalista que compila código e combos: troca bugs por chefões desde o Atari 2600. Agora farma XP em action‑RPGs com o filho Noah, sem perder o buff do café.