Análise

Review Rally Arcade Classics: nostalgia, controle e pura diversão

Rally Arcade Classics traz de volta a jogabilidade acessível e o charme visual que todos amamos nos jogos de corrida.

Leitura: 6 Minutos
Review Rally Arcade Classics: nostalgia, controle e pura diversão

Games de corrida sempre estiveram no centro da minha jornada com videogames. Foi com eles que descobri os computadores, e até hoje carrego esse amor — tanto que mantenho dois cockpits prontos em casa: um para fórmulas, outro para rally e GT.

Mas hoje não escrevo só como alguém que acompanha o gênero. Escrevo como alguém que viveu sua evolução — e que vê em Rally Arcade Classics uma ponte brilhante entre passado e presente.

Um tributo moderno aos clássicos de rally

É difícil jogar Rally Arcade Classics sem lembrar imediatamente de Colin McRae Rally 2.0 e Rally Championship. Ambos marcaram uma geração. Este novo título não esconde suas inspirações: entrega uma jogabilidade acessível, com o charme visual dos anos 90 e estrutura que respeita a herança do gênero. Os trechos são diretos, dinâmicos, variados e visualmente familiares — principalmente para quem cresceu entre poeira, lama e checkpoints.

Com 44 carros que disputaram o WRC entre os anos 70 e 2000, o jogo cobre praticamente todas as gerações icônicas do rally. As 48 etapas misturam climas, superfícies e desafios noturnos, o que amplia bastante a rejogabilidade. Tudo isso costurado por um estilo gráfico que não tenta competir com AAA modernos, mas que conquista por consistência, fluidez e boa direção de arte.

Os modos de jogo merecem destaque: o sistema de Licenças oferece um equilíbrio excelente entre desafio e progressão. Mesmo jogadores menos experientes devem conseguir classificação bronze em poucas tentativas.

O modo Tour é onde a competição global acontece, com rankings de tempo mundial. Já o Arcade e o Rally Clássico seguem estruturas conhecidas e funcionam como modos campanha. E os Eventos — atualizados semanalmente — adicionam variedade constante com desafios de drift, Time Attack e VS.

Jogabilidade focada em diversão e precisão

Não espere aqui uma simulação ultra-realista. A proposta é outra — e muito bem definida. Rally Arcade Classics aposta em física simplificada, mas intuitiva. Os carros deslizam com naturalidade e exigem controle fino, principalmente nas pistas molhadas ou estreitas. A emoção vem do prazer de pilotar, não da dificuldade artificial.

Em um Time Attack com o famoso Ford Focus de McRae, conquistamos o 10º melhor tempo do ranking global. Isso mostra como o jogo instiga a competição — sem precisar sacrificar a diversão casual. Tudo é responsivo. As curvas exigem atenção, mas sem punir demais. Derrapagens, saltos e retomadas têm peso e ritmo certos para o estilo arcade.

Além disso, o jogo conversa com o passado. As licenças evocam Gran Turismo; o comportamento dos carros lembra muito o GT3 A-Spec no modo rally. É como se pegassem as melhores lembranças dos fãs e as colocassem numa nova moldura.

Desempenho, requisitos e preço justo

Rally Arcade Classics roda de forma surpreendentemente leve. Mesmo máquinas com apenas 4 GB de VRAM conseguem manter boa taxa de quadros. Testamos em um notebook intermediário, e a fluidez foi constante, mesmo com chuva ou trechos noturnos. Os efeitos de iluminação são simples, mas bem utilizados.

O jogo está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series. O preço é competitivo: R$ 89,90 na Steam e R$ 99,90 nas lojas dos consoles. Considerando a quantidade de conteúdo e a atenção aos detalhes, é uma excelente relação custo-benefício.

O ponto fraco é o áudio. Sons de derrapagem, troca de marcha e colisões têm pouca variação. O force feedback também poderia ser mais expressivo. Outro detalhe: elementos de cenário como placas e faixas não reagem aos impactos — o que remete aos jogos mais antigos, mas tira um pouco da imersão. E em certas batidas, o carro parece “grudar” nas barreiras. São ajustes pontuais que, com sorte, virão em futuros updates.

VEREDITO: um rally que fala com o coração

Rally Arcade Classics não tenta reinventar nada — e isso é ótimo. Ele sabe o que quer entregar: uma experiência retrô moderna, divertida, com ritmo, conteúdo e carinho. Para quem viveu os anos 90 jogando rally, é uma viagem no tempo. Para quem está chegando agora, é uma introdução excelente a um gênero que ainda tem muito a oferecer.

O jogo acerta no essencial: controle preciso, estrutura sólida, modos variados e espírito competitivo. É fácil entrar e difícil largar. Faltam polimentos técnicos? Sim. Mas a essência está toda ali.

Nota: 8/10 — uma celebração arcade ao rally raiz.

Fagner

Consultor de Tecnologia a quase 30 anos, minha carreira tem contato com administração, educação e mídia, além de empresa no setor de TI eu também trabalhei lecionando e coordenado cursos técnicos e de graduação onde atuei em quase todas as disciplinas e na alteração de grades curriculares. No outro ponto de contato, a mídia, trabalhei escrevendo para várias revistas. Atualmente sou Secretário de Governo e Comunicação de uma prefeitura no ES, além de ser editor de conteúdo do jornal Folha Vitória no seguimento de Games e Tecnologias afins.

Consultor de Tecnologia a quase 30 anos, minha carreira tem contato com administração, educação e mídia, além de empresa no setor de TI eu também trabalhei lecionando e coordenado cursos técnicos e de graduação onde atuei em quase todas as disciplinas e na alteração de grades curriculares. No outro ponto de contato, a mídia, trabalhei escrevendo para várias revistas. Atualmente sou Secretário de Governo e Comunicação de uma prefeitura no ES, além de ser editor de conteúdo do jornal Folha Vitória no seguimento de Games e Tecnologias afins.

Rômulo Justen
Rômulo Justen

Editor de Games

Jornalista que compila código e combos: troca bugs por chefões desde o Atari 2600. Agora farma XP em action‑RPGs com o filho Noah, sem perder o buff do café.

Jornalista que compila código e combos: troca bugs por chefões desde o Atari 2600. Agora farma XP em action‑RPGs com o filho Noah, sem perder o buff do café.