Virtua Fighter 5 REVO World Stage nos consoles é o adeus merecido | Review

Já passei por cinco versões de Virtua Fighter 5 desde 2007 e, honestamente, continuo vidrado, e olha que jogo a série desde a época do Saturn. Esse nova REVO World Stage me pegou logo de cara — não só pela nostalgia embalada em 4K, mas porque ela finalmente traz o que sempre faltou: uma experiência mais robusta para quem joga solo.

Depois de anos preso à versão de PS4 rodando em retrocompatibilidade, ter uma edição nativa com rollback netcode, gráficos mais nítidos e um modo singleplayer decente me fez sentir que a SEGA, enfim, entendeu o recado dos fãs.

Um legado técnico que finalmente recebe o palco certo

Virtua Fighter nunca foi sobre pirotecnia, mas sim sobre domínio. Ao contrário dos combos superelaborados de Tekken ou da pancadaria estilizada de Street Fighter 6, a série da SEGA sempre se destacou pela sua precisão quase cirúrgica. Em REVO World Stage, isso está mais evidente do que nunca.

Jogando no PS5, senti o impacto das novas texturas, da fluidez do rollback e da revisão nos movimentos — detalhes que não gritam na tela, mas fazem toda a diferença em lutas de alto nível. O equilíbrio de elenco foi refinado e veteranos vão perceber mudanças importantes nas propriedades de ataque.

O modo World Stage, novo nesta edição, é o empurrão que faltava para justificar o relançamento. É uma estrutura parecida com o Arcade Battle de Tekken: você sobe de rank, ganha itens de personalização e desbloqueia pequenos extras. Simples, direto, e muito mais gratificante do que o modo Arcade isolado da versão anterior.

Ainda falta polimento — os menus são burocráticos e personalizar um traje parece tarefa de planilha —, mas já é um avanço. Me fez lembrar o quanto sinto falta de modos sólidos em jogos de luta atuais.

Estilo limpo, combates intensos

Graficamente, REVO World Stage não quer reinventar a roda. Ele limpa, ajusta e entrega. Saí dos 1080p da Ultimate Showdown para um 4K bem mais honesto, com cenários que agora mostram texturas nítidas e iluminação mais equilibrada.

A trilha sonora continua excelente, e o rollback torna o online jogável de verdade, coisa que não era sempre o caso nas versões anteriores. E sim, finalmente temos uma versão nativa para a nova geração — o que significa menos tempo de loading e mais foco na luta.

O único problema é que ele ainda carrega algumas rugas de antigamente. A interface continua travada nos anos 2000, e fica claro que, apesar das melhorias, essa edição foi feita com um orçamento limitado. Não é Tekken 8, nem precisa ser, mas poderia ser um pouco mais elegante em algumas áreas.

Virtua Fighter ainda tem muito a dizer

REVO World Stage me parece o último ato antes da nova era. E tudo bem, porque entrega o suficiente para reacender a chama do que essa franquia representa: um combate sério, técnico e quase sem firula. Com mais de 15 anos nas costas, Virtua Fighter 5 ainda consegue ser relevante, e isso diz muito sobre o quão bem desenhado ele foi desde o início. Se a SEGA levar a lição pra Virtua Fighter 6, podemos estar prestes a ver o melhor capítulo dessa história.

NOTA: 9/10

E você, ainda prefere lutinhas com lasers ou curte sentir cada impacto de um jab bem encaixado?

Rômulo Justen
Rômulo Justen

Editor de Games

Jornalista que compila código e combos: troca bugs por chefões desde o Atari 2600. Agora farma XP em action‑RPGs com o filho Noah, sem perder o buff do café.

Jornalista que compila código e combos: troca bugs por chefões desde o Atari 2600. Agora farma XP em action‑RPGs com o filho Noah, sem perder o buff do café.