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30 milhões de brasileiros se dizem vegetarianos

Nas regiões metropolitanas, São Paulo, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro este percentual sobe para 16%

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30 milhões de brasileiros se dizem vegetarianos
Foto: David Souza

No Brasil, cerca de 30 milhões de pessoas (14% da população) se declaram vegetarianas, aqueles que excluem a carne da refeição. A pesquisa foi feita pelo IBOPE inteligência conduzida em abril de 2018 em 142 municípios do país.

Nas regiões metropolitanas, São Paulo, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro este percentual sobe para 16%. A estatística representa um crescimento de 100% em relação a 2012, quando a mesma pesquisa indicou que a proporção da população brasileira nas regiões metropolitanas que se declarava vegetariana era de 8%.

A pesquisa também mostrou o interesse da população por produtos veganos (livres de qualquer ingrediente de produtos de origem animal). Mais da metade dos entrevistados (55%) disse que consumiria mais produtos se eles estivessem melhor indicados na embalagem. Nas capitais, o índice de interessado nesse tipo de alimentação sobe para 65%.

Além disso, a pesquisa revela que 60% dos entrevistados consumiriam mais produtos veganos caso eles tivessem o mesmo preço dos alimentos que estão acostumados a consumir.


Uma das perguntas feitas na pesquisa, que entrevistou 2002 pessoas, foi “o quanto você concorda ou discorda: sou vegetariano”. O índice de 14% de vegetarianos foi obtido somando-se a porcentagem de quem disse que concorda totalmente (8%) e parcialmente (6%) com a frase.

A estudante, Aline Soares, 26 anos, começou a ser adepta dessa opção alimentar em 2010. Ela contou que nessa época parou de comer carne de porco e boi, mas por causa do incentivo da mãe sempre teve uma alimentação saudável. ”Passei por uma fase de assistir muitos documentários, e isso me fez repensar o que eu colocava dentro de mim e como eu afetava o planeta. Mas eu respeitei meu tempo, em 2012 parei de comer frango e só há um ano abandonei os frutos do mar”, completa.

Para a estudante depois de entender o que acontece e como a indústria, a agropecuária afetam e transformam o nosso planeta, fica muito facil se manter nesse caminho, mas ela respeita que é uma mudança dificil. Aline relatou que as vezes vê comidas que fica com vontade, mas passa, pois ela mudou de perspectiva e agora ela não enxerga um alimento, mas um animal. ”sempre achei que essa fala era exagero dos vegetarianos e veganos, mas isso aconteceu comigo. entao, minha motivação é o planeta, depois o sofrimento dos animais e a minha saude”. ressalta.

Ela relata que faz exames de sangue regularmente e tinha muita anemia quando comia carne. Mas hoje não tem mais. ”Não é por conta só da carne, mas porque eu sou mais atenta ao que coloco dentro do meu corpo”, conta.

Veganismo em expansão

O salto surpreendente no número de pessoas que exclui alimentos de origem animal de seu cardápio reflete tendências mundiais consolidadas de busca por uma alimentação mais saudável, sustentável e ética. Por um lado, o reconhecimento dos benefícios de uma alimentação vegetariana para a saúde é cada vez maior

Por outro lado, o crescimento no número de pessoas que opta por excluir as carnes e derivados do cardápio, ou reduzir seu consumo, é impulsionado pela preocupação crescente da população com os impactos de seus hábitos de consumo. Dentre estas, estão as preocupações com o impacto ambiental negativo da pecuária e a indignação com as condições de vida impostas aos animais usados nos processos de produção.

David Souza, 22, é vegano há quatro anos e ele explica que se tornou vegano por amor aos animais e ressalta que muita gente se engana, quando pensa que comida vegana é cara, ou precisa de muitos ingredientes difíceis para fazer. Para comprovar isso, David Souza, criou uma página no Instagram e no Youtube para desmistificar esse achismo.

“O veganismo é uma filosofia de vida que busca excluir o consumo de origem animal em todos os sentidos, seja na alimentação, vestimenta, produtos cosméticos ou diversão,” explica David.

Para ele, ser vegano, é fazer o bem para os animais, para o planeta e para as pessoas. ”É lutar diariamente contra a exploração e mostrar que é possível viver sem explorar os animais e que eles tem o direito a vida. Gato, cachorro, galinha, vaca, e todos os outros explorados pela indústria são seres sencientes, tem emoções, sentem e merecem ser respeitados e viver”, completa.

Bruno Medeiros é proprietário de uma loja de alimentos naturais no shopping Vitória e ele conta que com relação ao aumento de vegetarianos e veganos não há números precisos. ”com certeza está em crescimento sim. O que está em franco crescimento é a procura por alimentação saudável”, destaca. Para ele já é uma rotina, faz parte de um novo estilo de vida, não é mais uma onda passageira e está consolidado.