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Abear quer restrição de aviões pequenos em pista principal de Congonhas

Na visão da entidade, a medida é necessária tendo em vista que os impactos causados por incidentes afetam "milhares de passageiros em todo o Brasil"

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Foto: Divulgação

Após o incidente com o jato executivo que fechou a pista do Aeroporto de Congonhas (SP) neste domingo, 9, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) reforçou sua posição pela restrição de aeronaves de baixa performance na pista principal do terminal, localizado na zona sul de São Paulo. 

Em nota, a Abear afirmou que a restrição de aeronaves de pequeno porte na pista principal, principalmente em horários de pico, é uma “preocupação antiga” da entidade. 

Segundo balanço da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), até as 15h desta segunda-feira, 286 voos haviam sido cancelados desde ontem.

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A posição foi inclusive manifestada à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) no fim de setembro. De acordo com a associação, no último dia 29 foi enviado um ofício à estatal – que administra Congonhas -, em que a Abear recomendava a adoção “definitiva” da limitação dos aviões de pequeno porte na pista principal. 

Na visão da entidade, a medida é necessária tendo em vista que os impactos causados por incidentes afetam “milhares de passageiros em todo o Brasil”. A Abear estima prejuízos financeiros que “ultrapassam milhões de reais”.

Para o contexto atual, após o incidente, além do pedido por uma atualização definitiva nas regras, a entidade quer uma priorização imediata da pista principal para agilizar a recomposição da malha nacional. “E atender os milhares de passageiros que precisam ser transportados ainda hoje e nos próximos dias”, disse a entidade.

A insatisfação com as regras atuais foi reforçada pelo CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, nas redes sociais. Em postagem no LinkedIn, o executivo questionou “o que mais deve acontecer em Congonhas” para que decidam não operar com aviões de pequeno porte. 

“Aqui deixo minha pergunta final para vocês: o que mais deve acontecer em Congonhas para que decidam não operar com aviação de pequeno porte em um aeroporto tão central para toda a malha aérea do País?”, questionou Cadier.

No texto, o CEO da companhia afirma que, só em função do incidente, entre ontem e hoje, foram mais de 180 voos cancelados, o que impactou quase 30 mil pessoas.

“Tivemos inclusive impacto na saída dos voos internacionais de Guarulhos (GRU-MAD por exemplo foi cancelado porque a tripulação não chegou a tempo) (…) Abrimos para remarcação sem custo para os impactados. 

Tentamos avisar a todos antes que se deslocassem para o aeroporto. Levamos equipe de outros aeroportos para atender aos passageiros. Levamos água já que não existia capacidade para alimentar a todos no aeroporto. Imaginem o prejuízo financeiro por este incidente, que não é da responsabilidade da Latam”, escreveu Cadier.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o debate sobre a utilização da pista principal do aeroporto pela aviação executiva tem como contexto o espaço cedido a aeronaves de pequeno porte durante a pandemia, devido a ociosidade da pista.

As empresas que oferecem voos regulares, no entanto, chamam atenção para o fato de que a demanda já ter se recomposto em Congonhas. Em julho, já registrava 95,5% do que era operado no mesmo mês em 2019.

O incidente

O pneu do trem de pouso traseiro do Learjet 75 prefixo PP-MIX, que vinha de Foz do Iguaçu (PR), estourou após o pouso, a aeronave saiu da pista e foi parar rente ao limite, já ao lado da Avenida Washington Luís.

Cinco pessoas estavam a bordo, mas não ficaram feridas, segundo a Infraero. As operações do aeroporto só foram retomadas após as 22h, quase nove horas depois do incidente.

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