Geral

Advogada executada denunciou corrupção na cúpula da polícia paraguaia

Advogada executada denunciou corrupção na cúpula da polícia paraguaia Advogada executada denunciou corrupção na cúpula da polícia paraguaia Advogada executada denunciou corrupção na cúpula da polícia paraguaia Advogada executada denunciou corrupção na cúpula da polícia paraguaia

A advogada argentina Laura Marcela Casuso, de 54 anos, assassinada a tiros, na noite de segunda-feira, 12, em Pedro Juan Caballero, na fronteira do Paraguai com o Brasil, gravou áudios que incriminam por corrupção importantes autoridades policiais paraguaias. Conforme o jornal paraguaio ABC Color, os áudios enviados em abril a uma jornalista expõem a corrupção da alta cúpula da Polícia Nacional do Paraguai e sua ligação com o crime organizado.

Um dos implicados, o diretor-geral de Investigações Criminais da Polícia Nacional, Abel Cañete, já havia sido acusado de corrupção em entrevista dada, na prisão, pelo narcotraficante brasileiro Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o “Marcelo Piloto”. Laura era advogada do brasileiro.

Na entrevista coletiva, o preso disse que pagava “bem caro” para ser protegido por Cañete. O diretor-geral negou a acusação, mas está sendo investigado. Os áudios gravados por Laura comprometem também integrantes da cúpula da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai. Num dos áudios, a advogada deu a entender que seria assassinada.

As gravações reforçam a hipótese, levantada durante as investigações, de que a execução da advogada argentina foi “queima de arquivo”. Ela atuou também na defesa do narcotraficante Jarvis Chimenez Pavão e, nos áudios, detalha a cumplicidade de chefes da polícia, políticos e funcionários do Estado paraguaio com o crime organizado.

Conforme a advogada, a cúpula da polícia disputava os bens e propriedades de Pavão, que ficaram sob sua guarda, depois que ele foi extraditado para o Brasil.

Nesta quarta-feira, 14, a procuradora-geral do Estado, Sandra Quiñonez, designou um grupo de agentes da capital para investigar o assassinato da advogada Laura Casuso. A equipe se deslocou para Pedro Juan Caballero e já assumiu a investigação. A medida foi tomada em razão do temor de que o caso não seja devidamente apurado na cidade da província de Amambay, devido à influência do narcotráfico na região.

Fronteira tem nova execução

Na noite desta terça-feira, 13, mais uma execução ligada à guerra entre facções na fronteira vitimou Alba Luz Godoy Chavez, de 30 anos. Ela foi morta com cinco tiros de pistola calibre 9 mm em Capitán Bado, vizinha de Pedro Juan Caballero e da cidade brasileira de Coronel Sapucaia (MS). O atirador surpreendeu Alba em frente de casa, fez os disparos e fugiu de moto. Ela era suspeita de ter encomendado a morte de um homem que matou seu marido, Adibe Morel Dutra, também morto com tiros de pistola calibre 9 mm, em dezembro do ano passado.