Geral

Alunos de Uberaba recebem texto de vereador evangélico contra ideologia de gênero

Alunos de Uberaba recebem texto de vereador evangélico contra ideologia de gênero Alunos de Uberaba recebem texto de vereador evangélico contra ideologia de gênero Alunos de Uberaba recebem texto de vereador evangélico contra ideologia de gênero Alunos de Uberaba recebem texto de vereador evangélico contra ideologia de gênero

Uberaba – Uma cartilha que começou a ser distribuída nas escolas de Uberaba, na região do Triângulo Mineiro, vem causando revolta e acusações de homofobia e machismo. Ela visa a orientar pais e estudantes sobre a proibição das discussões de ideologias de gênero nas escolas, aprovada por emenda à Lei Orgânica do Município.

Com o título Ideologia de Gênero – Entenda o risco que você e seus filhos estavam correndo, o material começou a ser distribuído há poucos dias. Um trecho diz que “como não estão conseguindo mudar a cabeça da população, inventaram novos recursos para nos sabotarem”. E completa: “o mais disfarçado e perigoso é a ideologia de gênero”.

Em outro ponto o material orienta a população. “Pai e mãe, existem organizações muito ocupadas em destruir nossa família. Dizem que o povo é muito fora de moda e precisamos deixar os ensinamentos dos antigos e nos abrirmos às novidades.” Outra página mostra a foto de uma mulher e a frase: “Isso é um absurdo!”, referindo-se à ideia de que ninguém nasce homem ou mulher, como sugeriria a ideologia de gênero.

Para a educadora e mestre em Educação Larissa Martins, uma das primeiras a denunciar o caso na internet, o material vai “contra os direitos humanos e a diversidade de sexo e gênero”.

A cartilha foi elaborada pelo vereador Samuel Pereira (PR), que é evangélico. À imprensa local, ele disse ter distribuído “cartilhas em locais onde identificou ideologia de gênero”.

A lei foi aprovada em novembro, mesmo com parecer contrário da Comissão de Justiça da Câmara. Na ocasião, religiosos comemoraram a proposta. Para o presidente do Conselho de Pastores de Uberaba, Carlos Wilton, foi uma “vitória da família”. A Igreja Católica também apoiou a iniciativa. Já entidades ligadas aos trabalhadores da educação se colocaram contra.

Em nota, o Legislativo alega que “a discussão foi democrática, com espaço aberto para exposição de pensamentos de todos os segmentos” e não vê preconceito ou intolerância.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.