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Após chuvas, Sabesp reduz racionamento em São Paulo

Após chuvas, Sabesp reduz racionamento em São Paulo Após chuvas, Sabesp reduz racionamento em São Paulo Após chuvas, Sabesp reduz racionamento em São Paulo Após chuvas, Sabesp reduz racionamento em São Paulo

São Paulo – Após uma sequência de meses chuvosos que ajudaram a elevar o nível dos reservatórios, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) diminuiu praticamente pela metade o período de racionamento de água feito por meio da redução da pressão na rede de abastecimento.

Os cortes no fornecimento de água na capital paulista, que chegaram a durar 15 horas, em média, no início de 2015, quando a crise hídrica se agravou, agora se estendem por 8 horas, segundo os novos horários de redução de pressão divulgados pela Sabesp em seu site.

Agora, o racionamento que começava por volta das 13h voltou a se concentrar no período noturno, a partir das 20h ou 22h, quando o consumo de água costuma ser menor. Na maior parte das regiões, o fornecimento de água tem sido retomado ainda de madrugada, antes da 6h, quando o gasto aumenta. É o caso de Perdizes (zona oeste), Santo Amaro (sul), Sapopemba (leste) e Santana (norte).

A exceção é o bairro do Cursino, na zona sul, onde a manobra dura 12 horas e é feita das 6h às 18h. Em Marsilc, no extremo sul, o período de racionamento também é de 12 horas, mas a restrição começa às 20 horas. Questionada sobre o período de corte nas regiões, a Sabesp não se manifestou.

Segundo a Sabesp, a redução do racionamento tem ocorrido desde o dia 18 de dezembro, mês marcado pela recuperação do volume morto do Sistema Cantareira, após o aumento de mais de 50% do estoque de água nos seis mananciais que abastecem a Grande São Paulo.

“A recuperação gradual dos mananciais permite que se volte, aos poucos, também à normalidade na operação da gestão de pressão. Isso significa melhora nas condições de fornecimento para os consumidores localizados nos pontos elevados e nas pontas de rede”, afirma a companhia.

As mudanças foram sentidas pela servidora pública Andrea Soares, de 45 anos, moradora da Vila Sônia, zona sul. “Cheguei a mudar meu horário de trabalho para conseguir tomar banho quando tinha água. Agora, parece que a situação se normalizou”, disse. “Antes tinha água noite sim, noite não. Depois de dezembro, pararam de cortar”, contou a vizinha Lourdes Moraes, de 65 anos, aposentada.

Na relação de horários de redução da pressão, a Sabesp chegou a divulgar que a Vila Sônia e outros seis distritos, entre os quais Morumbi, Butantã, Rio Pequeno e Jaguaré, não sofriam mais com a manobra feita na rede. Após questionamento feito pela reportagem, a empresa alegou um erro de digitação. Ela ainda adota a medida em todos os bairros da capital. A informação correta seria divulgada nesta quarta-feira, 13.

Campanha

Para o engenheiro Antonio Eduardo Giansante, doutor em Engenharia Hidráulica e Saneamento e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a redução do racionamento é positiva, mas deve ser acompanhada de uma campanha permanente de consumo de água consciente. “O cenário e as notícias são muito positivos, mas não podemos abrir mão da economia de água. Precisamos mudar a mentalidade de abundância. Não vamos nos iludir com essa chuva toda, que é bem-vinda, porque água vai continuar sendo um desafio para uma metrópole de 22 milhões de habitantes”, disse.

A redução da pressão é feita pela Sabesp desde 1997 para evitar perda de água por vazamento nas tubulações à noite. Em 2014, por causa da crise, ela foi sendo antecipada, prática admitida pela Sabesp apenas em abril daquele ano, após o Estado revelar a manobra.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.