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Após operação da PF, indígenas no Pará recebem carta com ameaças

Após operação da PF, indígenas no Pará recebem carta com ameaças Após operação da PF, indígenas no Pará recebem carta com ameaças Após operação da PF, indígenas no Pará recebem carta com ameaças Após operação da PF, indígenas no Pará recebem carta com ameaças

Depois de a Polícia Federal realizar uma série de operações contra o garimpo ilegal e o desmatamento que domina a região de Novo Progresso, no Pará, indígenas e líderes locais foram alvo de ameaças anônimas de morte.

O Estadão teve acesso a uma carta que foi deixada nesta segunda-feira, 12, no Instituto Kabu, organização indígena que atua na proteção do povo Kayapó Mekrãgnotí, na região sul do Pará, conhecida pela prática de grilagem de terras, desmatamento e exploração ilegal de minérios.

Não há, até o momento, nenhuma informação sobre qual seria a origem das ameaças. Sabe-se que, na região, alguns indígenas foram cooptados pelas ações criminosas e também já enviaram ameaças ao próprio Instituto Kabu, para que deixem a região e não atrapalhem o acesso de garimpeiros.

No mês passado, a região de Novo Progresso foi alvo da Operação Guardiões do Bioma, formada pela Polícia Federal, Força Nacional, Polícia Rodoviária Federal, Ibama e Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio). Diversos equipamentos usados nas ações criminosas foram queimados pelos agentes, uma ação que é permitida por lei.

Com a destruição dos equipamentos, os agentes deixam de correr o risco de emboscadas em suas remoções, que normalmente demoram dias e ocorrem em áreas remotas. Outro objetivo é evitar que o material volte a ser utilizado. O prejuízo financeiro causado aos donos dos equipamentos também é mais um reflexo desse tipo de medida, o que acaba retardando os planos dos empresários do garimpo de retomarem as operações.

Apesar de ser uma atividade permitida, a destruição de máquinas sempre foi criticada pelo presidente Jair Bolsonaro. O Ibama chegou a ter servidores removidos de seus postos de atuação após participarem de operações que resultaram na utilização de máquinas.

Em junho, o governo de Roraima chegou a publicar uma lei estadual para proibir a queima de máquinas, em afronta direta ao que determinam as regras federais. A Assembleia Legislativa de Roraima chegou a aprovar o projeto de autoria do deputado George Melo, do Podemos. Após pressão do Ministério Público Federal, porém, o governo estadual voltou atrás e desistiu de sancionar o projeto.