Geral

Associações judaicas criticam fala de Ernesto Araújo

O chanceler brasileiro Ernesto Araújo comparou as medidas de distanciamento social com os campos de concentração nazistas

Associações judaicas criticam fala de Ernesto Araújo Associações judaicas criticam fala de Ernesto Araújo Associações judaicas criticam fala de Ernesto Araújo Associações judaicas criticam fala de Ernesto Araújo
Foto: Reprodução

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou na quarta-feira (30) o comentário do chanceler brasileiro Ernesto Araújo que comparou as medidas de distanciamento social com os campos de concentração nazistas. A entidade afirmou não haver comparação possível entre uma medida adotada em todo o mundo para combater uma pandemia e uma ação persecutória e racista contra uma minoria que levou à morte de 6 milhões de judeus na Europa.

Na última terça-feira (28), o Comitê Judeu Americano, uma das principais associações de defesa dos direitos do povo judeu nos Estados Unidos e da luta contra o antissemitismo, publicou uma mensagem dizendo que considerou a analogia “profundamente ofensiva e inteiramente inapropriada”. As duas instituições afirmaram que o chanceler deve desculpas à comunidade judaica. “Esperamos uma retratação”, disse a Conib, em uma nota oficial publicada em seu site.

Em texto publicado em seu blog pessoal, Metapolítica 17, em 21 de abril, Araújo publicou que a expressão “arbeit macht frei” (o trabalho liberta, em alemão), que está escrita na entrada do campo de concentração de Auschwitz, deveria ser o lema da nova era de solidariedade global. “Os comunistas não repetirão o erro dos nazistas e desta vez farão o uso correto. Como? Talvez convencendo as pessoas de que é pelo seu bem que elas estarão presas nesse campo de concentração, desprovidas de dignidade e liberdade”, escreveu Araújo.

No texto, ele também refuta a legitimidade de organizações internacionais que auxiliam no combate à pandemia, critica o Partido Comunista Chinês e denuncia o que chama de “jogo comunista-globalista de apropriação da pandemia para subverter completamente a democracia liberal e a economia de mercado”.

A Organização Mundial da Saúde tem recomendado que o distanciamento social como melhor medida para combater a pandemia que já matou mais de 218 mil pessoas ao redor do mundo, segundo a Universidade Johns Hopkins. Procurado, o Itamaraty não se manifestou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.