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Audiência de conciliação da greve da USP termina sem acordo

Audiência de conciliação da greve da USP termina sem acordo Audiência de conciliação da greve da USP termina sem acordo Audiência de conciliação da greve da USP termina sem acordo Audiência de conciliação da greve da USP termina sem acordo

São Paulo – Terminou sem acordo a primeira audiência de conciliação que tratava sobre o corte de salário e o reajuste salarial dos servidores grevistas da Universidade de São Paulo na tarde desta quinta-feira, 7. O Sindicato dos Trabalhadores da Usp (Sintusp) não aceitou a proposta da instituição que tratava apenas do fim imediato da greve e a compensação e devolução de apenas dez dias do pagamento descontado.

“A universidade não fez nenhuma proposta sobre nenhum dos itens reivindicados. A única proposta foi a de que os trabalhadores compensem dez dias e eles [a universidade] descontam o restante. É terrível, é inviável e previsível que os trabalhadores não aceitassem isso”, disse o desembargador Wilson Fernandes, vice-presidente judicial do Tribunal Regional do Trabalho e mediador do encontro. Uma nova audiência foi marcada para a próxima terça-feira, 12.

Em greve há 57 dias, os trabalhadores tiveram descontados dos salários os dias parados nos pagamentos dos meses de junho e julho. Para Magno de Carvalho, diretor do Sintusp, a medida foi uma tentativa da universidade de intimidar o movimento grevista. Ele também criticou a postura da instituição de não negociar nenhuma das pautas.

O sindicato exigia, além do retorno do pagamento, a discussão de outros temas, como reajuste salarial de 12,34% e contratação imediata de funcionários. A proposta de reajuste de 3%, apresentada pela USP em maio, foi rejeitada pela categoria. As demais pautas de reivindicação não foram tratadas pela instituição.

Diante da falta de acordo, o caso deve seguir para julgamento do TRT. A próxima audiência deve discutir apenas a devolução dos salários descontados dos grevistas.

Durante a audiência, funcionários e alunos da USP protestaram em frente ao tribunal.

Thiago Rodrigues Liporaci, chefe de gabinete da reitoria, disse que a proposta de devolução dos salários cortados era o que a instituição tinha “disposição” neste momento para negociar. Mas afirmou que a nova reunião permitirá que a USP estude o “impacto financeiro imediato dessa medida” e tente avançar na proposta.

Sobre uma nova proposta de reajuste salarial, Liporaci disse ser “impossível”. “Nossa grande preocupação nesse momento é que em 2017 ou 2018, se as condições [financeiras] não melhorarem, nós teremos dificuldade até mesmo de pagar os salários em dia. É uma medida de precaução para todos os funcionários”, disse.

Pautas

Entre as outras reivindicações do sindicato estão a melhora na qualidade da educação e do Hospital Universitário (HU), que teve um recuo no número de atendimentos à população em função da demissão de profissionais. Eles também defendem a reabertura de vagas nas creches universitárias e defendem que o sindicato mantenha sua sede – a universidade pediu que o Sintusp devolvesse o imóvel.

De acordo com Liporaci, essas pautas sobre a situação dos serviços da USP não serão negociadas porque “não se restringem aos interesses dos servidores técnico-administrativos”.

Sobre a sede do sindicato, disse que a universidade precisa do espaço para atividades acadêmicas e de pesquisa, uma vez que prédios que estavam planejados para serem construídos para essas funções tiveram as obras paralisadas em função da crise financeira da instituição. “As entidades não têm direito a ter um pedaço de um imóvel público, ninguém tem direito a um pedaço da Cidade Universitária”, disse Liporaci.