Cursos de Ciência da Computação têm ajudado desempenho de alunos do ensino regular na pandemia

Ciência da Computação
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Cerca de 11 milhões de brasileiros são analfabetos funcionais, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, outro dado alarmante é o relacionado aos analfabetos digitais: pessoas que não sabem usar um computador para ler, escrever ou realizar tarefas simples. A preocupação é ainda maior quando pesquisas apontam que pelo menos 90% das profissões no futuro dependerão de bons conhecimentos em Ciência da Computação. Muitos empregos, inclusive, deixarão de existir e serão substituídos por máquinas. Segundo a consultoria McKinsey, 50% dos atuais postos de trabalho no Brasil poderiam ser automatizados.

Ainda de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad Contínua TIC) 2018, uma em cada quatro pessoas no Brasil não tem acesso à internet, o que representa cerca de 46 milhões de brasileiros.

E um cenário de pandemia, como o que estamos vivendo, o segmento educacional se viu obrigado a passar por uma transformação digital. Para sobreviverem, escolas de todo país tiveram que trabalhar com educação remota. Além dos profissionais da área, quem mais sofreu nesse processo foram os alunos e suas famílias. Enquanto alguns preferiram a modalidade on-line, outros sentiram muito mais dificuldades no ensino a distância.

“É preciso inserir o ensino de Ciência da Computação desde cedo. Além de desenvolver diversas competências e habilidades, imprescindíveis para a formação dos profissionais do futuro, a disciplina ajuda até mesmo as crianças a se desenvolverem melhor no ensino regular”, relata Marco Giroto, fundador da SuperGeeks, primeira escola de programação e robótica para crianças e adolescentes do país.

Não à toa que a cultura digital foi reconhecida na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como uma competência que deve ser dominada. Raciocínio lógico, criatividade, resolução de problemas, pensamento crítico e sistêmico, foco, concentração e inglês são algumas das habilidades que as crianças desenvolvem ao aprenderem Ciência da Computação.

Já é possível ver os alunos aplicando todas essas competências em salas de aulas de escolas regulares, melhorando seu desempenho. Leandro Lima, instrutor que trabalha na SuperGeeks em Canoas (RS) há dois anos, conta que por trabalharem bastante o raciocínio lógico e matemática com os alunos, eles sempre comentam que melhoraram na escola. “Agora com as aulas on-line, nossos alunos inclusive estão auxiliando seus colegas de classe na parte de computadores”.

Ele conta que uma das maiores queixas dos alunos com relação às aulas regulares são dificuldade de concentração e monotonia. “Um conselho que eu dou aos familiares é tentar trazer um contexto concreto para o que eles estão estudando. Juntar mais prática no conteúdo e explicar o motivo de tudo. Uma vez que faz sentido a eles, o conteúdo é absorvido melhor”, aconselha o tutor.

Mas como ensinar Ciência da Computação para crianças?

Os alunos da SuperGeeks aprendem Ciência da Computação a partir do desenvolvimento de games, conhecimento em robótica, realidade virtual e aumentada, inteligência artificial e também da criação de aplicativos e sistemas web, incluindo questões de redes de computadores e servidores.

A rede adota método de ensino híbrido que faz com que o instrutor deixe de ser o detentor do conhecimento, tornando-se o facilitador, e incentivando o trabalho em equipe e o autodidatismo. Isso porque com o on-line o aluno estuda sozinho, aproveitando o potencial da internet e desenvolvendo autonomia, uma vez que ele pode assistir a aula quando quiser ou retomar o conteúdo sem perder nenhum momento da aula. O off-line, no entanto, faz com que ele estude em grupo, com instrutor e colegas, interagindo e colocando em prática o aprendizado coletivo e colaborativo.

Uma vez que é apoiado pelo machine learning (aprendizagem de máquina) – modalidade da Inteligência Artificial -, o método também possibilita predizer o comportamento dos alunos. É possível, portanto, checar se o aluno diminuiu a tela do computador e ficou trocando de aba, quantos segundos um aluno leu uma página, se grifou um parágrafo ou não. A inteligência artificial permite compreender as maiores dificuldades e interesses dos alunos, avaliando seu desempenho.

Já as aulas em formato de Live (ao vivo) permitem que os alunos interagem entre si e com os instrutores em tempo real, via internet. Instrutores da escola e monitores também estão a postos para ajudar os alunos em modo privado em caso de suporte pontual. Além disto, a SuperGeeks disponibiliza oficinas EAD ao vivo, gratuitas, com diversas finalidades.

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