Tecnologias educacionais: quando deixa de ser inovação e se torna ruído?

Artigo explica como podemos identificar que tecnologias educacionais são, de fato, inovações e não estão sendo prejudiciais ao ecossistema.
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Chat GPT, EdTechs, Metaverso: com certeza você tem ouvido muito a se falar sobre essas disrupções que prometem uma revolução sem precedentes no mundo. Elas também já alcançam a educação — de forma ideal ou não, é verdade. Mas “parar as máquinas”, agora, não será uma opção. Como podemos, então, identificar que tecnologias educacionais são, de fato, inovações ou estão criando ruídos no setor?

A inteligência artificial (IA) na educação é considerada uma inovação promissora com o potencial de transformar o setor educacional. Os alunos que o digam — muitos já usam ferramentas que “pensam sozinhas” para auxiliar em seus trabalhos, sejam eles complexos ou simples. Ganham tempo, é claro, mas, ao mesmo tempo, pulam algumas etapas do desenvolvimento que podem ser prejudiciais ao aprendizado. Então, aqui se cria um ruído, pois, como qualquer tecnologia, sua eficácia e impacto dependem de como é implementada e usada.

Gosto muito de citar o metaverso, pois seu potencial existe, mas a realidade de como ele seria implementado na educação é bem diferente do que pensam. Sua aplicabilidade requer interações tangíveis e experiências do mundo real e não a criação de salas de aula completamente virtuais. Em outras palavras, a humanização ainda é importante para transmitir o aprendizado e criar identificação entre alunos e educadores.

Além disso, é essencial considerar questões éticas e de privacidade ao lidar com dados dos alunos. A coleta e o uso de informações sensíveis devem ser transparentes, seguros e respeitar as regulamentações vigentes. Sem contar na acessibilidade e equidade, já que implementar qualquer tipo de tecnologia na educação exige acesso a dispositivos de adequados e uma infraestrutura robusta de internet, o que pode criar e agravar disparidades entre os estudantes e suas famílias.

A educação não se resume apenas à transmissão de conhecimento, mas também à interação social e ao desenvolvimento de habilidades sociais. Os ambientes virtuais podem limitar a interação humana genuína e a construção de relacionamentos significativos entre alunos e educadores. Portanto, o quanto estamos preparados para estas realidades extremamente digitais?

A tecnologia precisa ser vista como um conjunto diversificado de ferramentas que podem complementar e enriquecer os ambientes de aprendizagem, mas corroboradas pelo olhar humano que equilibra o processo, considera as necessidades e realidades dos alunos, bem como os objetivos educacionais.

Um enfoque centrado no aluno, combinando abordagens pedagógicas sólidas e uso adequado de tecnologia, a tornará a maior aliada do aprendizado eficaz e significativo.

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*artigo escrito por Danilo Yoneshige, CEO da Layers Education.

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