Novos capítulos da logística capixaba

O Estado sofre com a ineficiência logística. Os gargalos na infraestrutura capixaba estão entre os assuntos mais recorrentes e debatidos entre as áreas pública e privada na última década. Mas a boa notícia, neste momento, é que esses entraves, que tanto brecam o desenvolvimento do Estado, começam a ganhar novos capítulos. Pelo menos é o que o atual cenário indica.

Para o Aeroporto de Vitória, temos expectativas que as obras sejam reiniciadas no primeiro semestre do próximo ano. A conclusão das obras de ampliação, que prevê nova pista, novos pátios e estação de embarque, permitirá o aumento da capacidade de passageiros.

A rodovia BR 101, concedida à iniciativa privada, foi uma importante vitória em 2013, já que é uma das principais ligações entre o Nordeste e o Sudeste do Brasil e que há muito tempo precisa de investimentos e modernização. A previsão é que o início das duplicações ocorra ao longo de 2014. Para o próximo ano, acreditamos que a melhor solução a ser definida para a BR 262 seja o regime da parceria público-privada, uma vez que o modelo permite a clareza das ações do governo e iniciativa privada.

Com o novo programa rodoviário, lançado neste mês, acontecerá a licitação de obras e novos projetos. Em relação ao BRT, que já tem seu projeto executivo concluído, em breve terá solicitação para obras, permitindo a melhora da mobilidade urbana.

Outro tema em permanente discussão e que aguardamos que seja anunciado no ano seguinte é o local a ser implantado o Porto de Águas Profundas, de forma que se torne, estrategicamente, uma solução regional, e não apenas local. Além disso, para se tornar viável é preciso que esteja inserido dentro de uma plataforma logística e não apenas um porto de passagem. Ele terá que atender às nossas demandas, agregando valor à produção.

Portos têm forte poder de atração de fluxos de mercadorias e negócios, pois eles são capazes de direcionar e qualificar o desenvolvimento. Para que cumpram seu papel, eles precisam estar integrados a um centro logístico, a um parque fabril e a um centro de abastecimento; devem estar, preferencialmente, próximos a um aeroporto; e precisam ter conectividade rodoviária e ferroviária, fazendo interligação para dentro e para fora do Estado. E é importante que se diga que esse modelo é uma solução para todas as regiões do Estado.

Nesse contexto o Espírito Santo em Ação tem motivado importantes debates a respeito do conceito de plataforma logística para o Estado, um centro que reúne zonas de empreendimentos logísticos e infraestruturas de transporte, como portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e centros industriais capaz de atrair negócios, promover a diversificação econômica e o aumento da competitividade estadual.

Infraestrutura é um instrumento fomentador de desenvolvimento pra qualquer estado ou região. A eficiência da infraestrutura regional adquire, portanto, um caráter de condição básica para que se mantenha e aumente a competitividade dos setores da economia. Assim, para que o Espírito Santo consiga melhorar o seu dinamismo econômico e elevar a sua competitividade no contexto nacional e internacional, torna-se imprescindível que a infraestrutura logística atenda às novas e crescentes necessidades decorrentes da evolução das atividades dos diversos setores produtivos, não se constituindo em empecilho. Para tanto, as oportunidades de investimentos precisam se tornar realidade.

Luiz Wagner Chieppe, presidente do Espírito Santo em Ação

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