Líder acessível e engajado

carlo fonazier fotoAumento do desemprego, inflação e juros em alta, recuo do PIB, queda da produção industrial e do consumo, desaquecimento da economia. O atual cenário requer cautela e planejamento. Diante da crise, o líder não pode se manter atrás de portas fechadas, atordoado por dados e tolhido por números, perdendo a conexão com a sua equipe. Mais do que nunca, ele precisa estar visível, acessível e engajado.

Gosto de citar o exemplo do ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani. Nos dias que se seguiram aos ataques terroristas de 11 de setembro, ele percorreu as ruas consolando, encorajando e ouvindo a população. Giuliani planejou e liderou os esforços por limpeza e salvamento, compareceu a mais de 100 funerais, fez reuniões diárias e se comunicou incessantemente. Em vez de ficar na retaguarda, isolado em seu gabinete, ele se manteve na linha de frente pois sabia que era uma referência para os seus comandados.

Inspirar e envolver os colaboradores em um esforço conjunto é fundamental para submergir de momentos de turbulência. E, para construir a confiança da equipe, é importante liderar pelo exemplo. Ações falam mais alto do que palavras. Ver alguém dizer uma coisa e fazer outra provoca um sentimento negativo. Por outro lado, quando as pessoas sabem que o líder pratica o que fala, elas pensam: “Se ele consegue, eu também consigo”. Por isso, é essencial o líder estar consciente do que diz, para quem diz e quem está ouvindo o que diz. Afinal, os colaboradores devem ter como espelho aquele que os dirige.

Outro principio crucial da liderança é ser um bom estrategista. Ao pensar de forma estratégia, o líder apresenta grande poder de análise, procura estudar as condições e avaliar os ganhos e as perdas antes de tomar decisões. Ele consegue ter uma visão ampliada do negócio para poder traçar o seu plano de ação.

A liderança estratégica tem os pés no presente, mas os olhos no futuro. É necessário entender as complexidades e os desafios da atualidade, mas sem perder a capacidade de pensar a longo prazo, pois aquele que não sabe onde quer chegar provavelmente chegará a qualquer lugar, ou a lugar nenhum.

A boa visão dos gestores é o ponto de partida para guiar a equipe pela rota correta até alcançar a meta pretendida. O líder deve apontar a direção que a empresa seguirá, delegar funções de forma justa e profissional e cobrar resultados.

Por fim, o líder precisa saber transmitir suas ideias às mentes e aos corações das pessoas. Para isso, um bom caminho é contar histórias. Não adianta apresentar somente números para a equipe. As histórias são pessoais, apaixonadas e preenchem um propósito. Elas envolvem a todos e os motivam á ação.

Carlo Fornazier
Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Vitória

*Artigo originalmente publicado na Revista do Prêmio Líder Empresarial

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