O tiquetaquear

Tic. Acionado o cronômetro. Tac. Começa a contagem regressiva. Assim é a vida. Desde o instante em que nascemos começa a luta contra o fim. A inexorabilidade desse tiquetaquear é contrária a todos nós, pobres, ricos, homens, mulheres, basta nascer, independentemente de qualquer tipo de viés ou clichê.

É assim desde sempre. Tic. Vamos sentar e esperar? Tac. Vamos reagir? Como? A guerra contra o tempo já está perdida desde o início. O que resta a fazer? Muito! Tornar esse breve período de passagem produtivo, viver cada tic e cada tac, valorizando a graça que nos foi concedida de habitar este planeta azul! Lutar para deixa-lo melhor para quem nos suceder, usufruí-lo sem danificá-lo, contemplar as coisas simples e belas que a pressa do dia a dia nos impede de enxergar. “Gastar” nosso tempo com gentilezas, com sorrisos!! Procurar, na adversidade, lições que nos façam crescer como pessoas, aprender a compartilhar, não só o material, mas principalmente o imaterial!

Tic. Menos um ano. Tac. Menos uma década. Tic. Mais experiência. Tac. Aprender que viver é mais importante que subviver acumulando preocupações, angústias, tristezas que só apressarão o tac final.

Já dizia um velho amigo: “A vida é bela!” a beleza está ao alcance de todos! Enchamos os olhos de arco íris, locupletemos a alma com a esperança de dias melhores, repudiemos os momentos de depressão e tristeza! É fácil? Claro que não!! Para isso temos a superação! Ela diferencia os tics dos tacs, os que tem fome de vida dos que se entregam!! Nós somos lutadores diários, tiramos forças de onde não sabemos e tocamos o nosso barco e, assim, vamos prolongando o tac final. Nossas famílias, nossos amigos, são pílulas anti tac que ingeridas com frequência ajudam a superar os problemas e sair mais fortes das adversidades.

Que este ano que se apresenta possamos exercitar nossos tics, sem esquecer que os tacs estão à espreita!!

Humberto Alexandre Campos Ramos

Procurador de Justiça do Estado do Espírito Santo

Ex Presidente da Associação Espírito-Santense do Ministério Público.

Especialista e Mestrando em Ciências jurídico-criminais pela Universidade de Lisboa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *