O que o colaborador pode fazer para ser mais feliz no trabalho?

*Artigo escrito por Peter Noronha 

Construir uma relação mais saudável com o trabalho tem se tornado cada vez mais uma busca consciente por parte dos trabalhadores. Mas o que é preciso fazer para atingir esse estágio de equilíbrio? A notícia sobre a possibilidade de separar conversas pessoais e de trabalho anunciada pelo principal aplicativo de troca de mensagens reforçou o alerta para a necessidade do ócio recreativo. Do quanto é imprescindível cuidar da mente e do corpo para que o trabalho seja algo prazeroso. Ao que tudo indica, o WhatsApp planeja introduzir três abas no topo da lista de bate-papo, entre não lidas, pessoal e trabalho. Com a mudança, as pessoas terão mais liberdade para usar a plataforma sem se deparar com mensagens corporativas – primordial para desconexão das atividades laborais.

No entanto, o novo recurso a ser disponibilizado pelo aplicativo não resolverá, por completo, a necessidade dos colaboradores em procurar formas de descompressão. É comum que a rotina empurre as pessoas para praticarem os mesmos hábitos – nem sempre os mais saudáveis – e o trabalho seja um catalisador de momentos de estresse. A combinação desses dois fatores pode ter consequências negativas para a saúde física e mental e afetam a produtividade no trabalho.

O lazer é um componente importante para a saúde, porque ajuda a relaxar, a desestressar e a recarregar as energias. Para ser produtivo e feliz no trabalho, é importante dedicar tempo para o ócio recreativo. Isso significa encontrar um equilíbrio entre prazer e obrigação, já que a felicidade é um conceito bastante subjetivo e não depende exclusivamente das ações de RH desenvolvidas pelas empresas, mas também das escolhas diárias que cada indivíduo faz ao se levantar da cama.

O autocuidado auxilia na boa relação entre vida pessoal e trabalho, permitindo que empregado e empregador usufruam, cada qual à sua maneira, dos benefícios inerentes à relação profissional, com saldo positivo para ambos. Quando se dedica tempo para relaxar, ganha-se mais capacidade de tomar decisões assertivas e resolver problemas de forma eficaz. Uma pesquisa da Harvard Business Review revelou que colaboradores satisfeitos são 31% mais produtivos, 85% mais eficientes e 300% mais inovadores. Outro estudo da Gallup aponta que empresas com funcionários felizes tem 50% menos acidentes laborais. Ou seja: pessoas felizes produzem mais, com segurança e qualidade.

É preciso que cada indivíduo se questione sobre o que faz no tempo livre para relaxar. Os cuidados com a saúde e bem-estar, por exemplo, devem estar no topo das prioridades. Praticar atividades físicas, desenvolver um hobby no tempo livre, estar em contato com os amigos e familiares são algumas das alternativas para constituir uma rotina relaxante. Já os gestores e líderes devem se perguntar o que fazem para tornar o ambiente de trabalho agradável. Investir em políticas que assegurem o desenvolvimento pleno do colaborador, seja em infraestrutura, plano de carreira, ações afirmativas de inclusão e diversidade, entre outras práticas, podem contribuir para a construção de um bom clima organizacional.

Peter Noronha é psicólogo corporativo, consultor e partner do GPTW

 

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