{Resenha} O Clube P.S. Eu te amo

Autora: Cecelia Ahern

Editora: HarperCollins
Páginas: 336

Ano: 2020

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Quando a autora Cecelia Ahern anunciou a sequência do livro P.S. Eu te amo, fiquei com o coração meio dividido. Afinal, como continuar a história de um casal que a gente amou e sabe que não existe mais? Aí é que está: não terminou! O Clube P.S. Eu te amo veio para mostrar que, ironicamente, uma vida não termina quando morre, ela só encontra outra forma de continuar vivendo.

Para lembrar um pouquinho de P.S. Eu te amo, lançado em 2012, Holly e Gerry têm uma linda história juntos. Eles começaram a namorar na adolescência e estão construindo a vida juntos quando Gerry, ainda com menos de 30 anos, é diagnosticado com um tumor cerebral que lhe deixou com pouquíssimo tempo de vida. Ciente de que a morte está cada vez mais próxima, ele deixa cartas para serem lidas por Holly depois que ele partir.

São dez ao total, cada uma para ser lida mensalmente com uma missão para ela cumprir à medida que seu aniversário de 30 anos se aproxima, desde fazer a viagem que eles não conseguiram a se desfazer das roupas que não serão mais usadas por ele.

É assim que seguimos na jornada de luto de Holly, ao lado das suas melhores amigas, Sharon e Denise, e descobrimos como a vida precisa continuar após a morte de um grande amor.

Bem, dito isso, vamos à sinopse oficial da sequência dessa história.

Sinopse

Já se passaram sete anos desde que o marido de Holly Kennedy morreu — e seis desde que ela leu a última carta enviada por ele, pedindo a ela que tenha coragem de criar um novo caminho para si. Hoje, Holly sente orgulho de seu trajeto. Está quase decidida a morar com o novo namorado, Gabriel, e a vender a casa que tinha comprado com Gerry. Porém, quando sua irmã pede que ela compartilhe a história das cartas “P.S. Eu te amo” no seu podcast – e revisite as mensagens escritas por Gerry antes de morrer – ela aceita de forma relutante, incerta sobre reabrir as feridas do passado.

Após o programa ir ao ar, no entanto, um grupo inspirado nas cartas de Gerry, e que se autodenomina Clube P.S.: Eu te amo, aproxima-se de Holly para pedir a ajuda dela, que agora se vê de volta ao mundo que se esforçou tanto para deixar para trás. Mesmo hesitante, Holly começa a interagir com o clube e, conforme cada membro pede ajuda para deixar algo significativo para seus entes queridos, ela embarca em uma jornada que desafiará sua noção do que significa amar alguém para sempre…

 

Resenha de O Clube P.S. Eu te amo

Claro que a vida não é a mesma após perder o marido, mas Holly de algum jeito conseguiu seguir com a sua e se estruturar. Agora ela trabalha com a irmã em um antiquário, pedala pela cidade de Dublin (exercício físico foi uma das “tarefas” deixadas por Gerry) e está quase se mudando para a casa de Gabriel, seu namorado há dois anos. Até que aparece o projeto do Podcast sobre luto e Holly descobre que as feridas não estavam tão curadas quanto ela pensava.

O mais legal é que Holly não é apresentada como uma super mulher que venceu o luto e está disposta a compartilhar sua experiência, tipo “olha pra mim, perdi o marido e tô de boa”. Ela é apresentada em toda sua humanidade, cheia de medos, dúvidas, conflitos, egoísmo x altruísmo, sua segurança em xeque para ajudar pessoas que ela nem conhece.

Ao receber um cartão intitulado Clube P.S. Eu te amo, Holly sente que até essa frase pertencia a ela e ninguém poderia usá-la. O conflito entre um marido morto e um namorado vivo demonstram bem o que se passa em sua mente: afinal, ela deve embarcar em um novo futuro ou se apegar a um passado imutável?

A morte e o luto ganham uma nova abordagem na escrita da Cecelia, tão simbólica e verdadeira quanto no primeiro livro. A morte não é um assunto novo na literatura (nem na vida, diga-se de passagem), no entanto, é algo pelo qual muitas pessoas não querem passar, mesmo sendo a certeza de que todos, independente de idade, classe social, país de origem ou o que quer que seja, um dia irá enfrentá-la.

Ao conhecer a experiência das cartas pós-morte do outro lado, Holly pode mergulhar no universo de Gerry e entender melhor o que estava na cabeça dele. E ao conhecer Gerry, ela se autoconhece e se abre para um mundo de possibilidades tão inimagináveis quanto surpreendentes. A narrativa em primeira pessoa torna tudo ainda mais emocionante.

Além disso, descobrimos mais fatos sobre o relacionamento de Holly e Gerry, o que é bem legal. Por exemplo, como eles se conheceram e quando a morte passou a “fazer parte” da história deles enquanto casal. E de um modo muito sutil e delicado, seguimos amando Holly e Gerry enquanto também seguimos amando Holly e Gabriel.

“Olhar para trás, voltar, não é fraqueza. Não é reabrir velhas feridas. É preciso força e coragem. É preciso que a pessoa assuma o controle de quem é para observar sem julgar a pessoa que já foi. Sei, sem sombra de dúvidas, que me revisitar só vai me dar forças para ir mais longe, assim como a todos que forem tocados pela minha jornada.”

Como prometeu, Cecelia trouxe uma Holly amadurecida pela dores da perda e depois pelo processo da redescoberta. Fechei a última página de O Clube P.S. Eu te amo com o coração quentinho, lágrimas e sorrisos no mesmo rosto, com humor, dor e emoção, como a vida é, um oi para cada adeus.

“Ela vai sentir a perda e o luto, mas também vai sentir a conexão e o amor, força e escuridão, tristeza e raiva, felicidade e medo. Tudo misturado, um caleidoscópio de emoções que brilham e desaparecem de um momento para o outro.”

Queria muito vir dividir essa leitura de O Clube P.S. Eu te amo com vocês. Quem mais é fã dessa história?

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