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Bolsonaro pede para diplomatas levarem 'a verdade' ao mundo

"Não podemos nos deixar vencer pelas narrativas, o mundo sempre esteve em guerra, mesmo que seja pelas comunicações", disse o presidente. "A verdade me trouxe até aqui", disse Bolsonaro

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Foto: TV Brasil / Reprodução

Durante uma cerimônia de formatura de novos diplomatas do Instituto Rio Branco, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro pediu para os novos profissionais levarem a “verdade sobre o país ao mundo”.

“Não podemos nos deixar vencer pelas narrativas, o mundo sempre esteve em guerra, mesmo que seja pelas comunicações”, disse o presidente. “A verdade me trouxe até aqui”, completou.

Além do presidente, estavam presentes na cerimônia, o vice-presidente, Hamilton Mourão, o titular da pasta das Relações exteriores, Ernesto Araújo, que fez um discurso duro contra a esquerda e diversos ministros do governo federal. Entre eles, o da Economia, Paulo Guedes, da Casa Civil, Walter Braga Netto, do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno.

“Precisamos que os senhores mostrem ao mundo que o Brasil está fazendo o que é certo..Estamos reformando nossa economia, cortando gastos, fazendo reformas. Também estamos combatendo a corrupção pelo exemplo, o nosso governo não tem nesses quase dois anos que se completam um só ato de corrupção”, declarou Bolsonaro.

Segundo ele, seu governo preservou a liberdade de imprensa e respeita o trabalho dos jornalistas. “Em nenhum momento ouviram desse presidente algo parecido como controle social da mídia”, comentou, em referência a uma das propostas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Apesar de tudo, nós suportamos o que vocês escrevem, sem qualquer retaliação da nossa parte”, disse Bolsonaro.

O presidente também afirmou que seu governo vai levar diplomatas de outros países à região da floresta amazônica para que vejam que não há qualquer indício de queimada.

“Não é fácil falar e levar a vedade, mas confiamos em vocês. Nós temos que lutar pelo que é nosso.”

Em seu pronunciamento, Ernesto Araújo, prestou as condolências aos mortos pela covid-19, “em especial ao senador Arolde de Oliveira”, parlamentar que faleceu quarta-feira (21) no Rio de Janeiro. “Mas presto também as condolências às famílias dos que morreram por todas as doenças.”

Em sua fala, Araújo afirmou que a diplomacia brasileira está em novo estágio. “O Itamaraty ficou muito tempo vivendo de glórias passadas e esqueceu de jogar o campeonato deste ano.” Segundo ele, o que as relações exteriores do Brasil precisavam era da “libertação” prometida por Bolsonaro quando ele foi eleito presidente da República, em 2018. 

Durante seu discurso, o ministro atacou até mesmo o homenageado pelos formandos de 2020, que colocaram no nome da turma o do poeta pernambucano.

Araújo afirmou que João Cabral de Melo Neto sabia ver os problemas do país, mas falhou no que considerava a solução das questões nacionais. “Desviou-se para o lado errado, para o lado do marxismo e da esquerda, sua utopia consistia em substituir esse Brasil sofrido, pobre e problemático, por um não Brasil, sem patriotismo, sujeito naquele época, anos 50 e 60, pelos desígnios de Moscou, e hoje sujeito aos desígnios sabe-se lá de quem.”

O ministro também criticou a criação da Teoria da Libertação, oriunda da igreja católica, e disse que a esquerda e a oligarquia se uniram para “roubar o povo”.

“O poder oligárquico está pela primeira vez ameaçado”, disse, ao citar o governo de Bolsonaro.

Além disso, ele zombou das afirmações de que o Brasil é hoje um pária internacional, por supostamente se isolar de questões internacionais importantes, e citou acordos obtidos por sua gestão para provar o contrário. “Quando nos reunimos com nações amigas para defender a liberdade, dizem que estamos indo contra a Constituição”, afirmou, em alusão à visita do secretário americano Mike Pompeo a Roraima, no final de setembro.

Araújo também declarou que a imprensa faz parte do “esquema” esquerdista e inventa notícias para aumentar o poder das oligarquias.

“Sobre a seleção pela mídia do que é ou não científico, será que isso corresponde a algum interesse político por trás. Será? Mesmo quando há bilhões e trilhões de dólares envolvidos e o poder sobre países inteiros e sobre a estrutura do poder do mundo? Não pode ser, deve ser teoria da conspiração”, questionou de forma irônica.

*Com informações do Portal R7