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Casa no Centro de Vitória se transforma em residência artística

Por enquanto, de seus planos iniciais, só parte deu certo. Apesar da autorização para captar os recursos necessários, a artista não conseguiu a troca do bônus

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No Atelier, os artistas produzem seus projetos e contribuem de forma coletiva para o trabalho do outro Foto: Divulgação

A compra de casas antigas na região central das cidades para transformá-las em ateliers e espaços culturais, uma ação já consolidada em grandes cidades, está se tornando realidade também em Vitória. Com o propósito de ter um espaço aberto para o debate, a reflexão e a produção de arte contemporânea, a escultora Kyria Oliveira, se lançou num projeto parecido.

Há dois anos ela comprou na Rua Nestor Gomes, próximo ao Palácio Anchieta, um sobrado tombado, com paredes de pedra, ostra e óleo de baleia. Sua proposta é restaurá-lo e, posteriormente, instalar no espaço o Atelier Kyria Oliveira e espaço expositivo.

Por enquanto, de seus planos iniciais, só parte deu certo. Apesar da autorização para captar os recursos necessários, a artista não conseguiu a troca do bônus. Mas, isso não a impediu de colocar o Atelier para funcionar. Segundo Kyria, o Atelier está montado e funcionando a pleno vapor.

A casa tem dois andares e um porão. No primeiro, foi instalado o ateliê e, no segundo, uma residência artística. De acordo com a escultora, na Europa, instalações desse tipo são bastante comuns e funcionam como uma casa onde artistas podem dormir e trabalhar, proporcionando uma imensa troca de conhecimentos e vivência.

No caso do Atelier Kyria Oliveira, três dos nove artistas que fazem parte da residência e da exposição Rastros se alojaram no Corredor Criativo Nestor Gomes. Três deles são africanos, dois cineastas portugueses, uma curadora de São Paulo e seis artistas locais.

No Atelier, os artistas produzem seus projetos e contribuem de forma coletiva para o trabalho do outro. Os cineastas Monica Musoni e Antônio Osório, por exemplo, estão desenvolvendo um documentário sobre Nú Barreto, um dos artistas da residência, que é de Guiné-Bissau, mas mora há mais de 20 anos em Paris.

“É, sobretudo, uma troca de cultura. Tudo faz parte da residência artística. O trabalho e o olhar do artista vão mudando. É uma via de mão dupla”, explicou.
A residência artística aconteceu nesse mês de maio, como uma ótima forma do atelier abrir as suas portas com a possibilidade de se estender a Portugal e Moçambique.