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China descarta eleições abertas em Hong Kong

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Pequim – O governo da China declarou neste domingo que os candidatos para o principal cargo de governança de Hong Kong devem ser selecionados antecipadamente por um comitê representativo amplo, efetivamente evitando eleições livres e indicando como será daqui em diante a experiência da democracia na cidade.

A decisão foi anunciada pelo Comitê Permanente do Congresso do Povo da China, o parlamento chinês, segundo o qual os candidatos a executivo-chefe de Hong Kong precisarão do apoio de pelo menos 50% dos membros do Comitê de Nomeação. Foi informado ainda que o número de candidatos à disputa será de dois a três.

A declaração arrancou protestos de defensores da democracia em Hong Kong, para os quais os residentes devem ter o direito de nomear candidatos diretamente e ameaçam realizar uma campanha de desobediência em massa se não for premitida a realização de uma “escolha genuína” em 2017.

O Comitê disse também que os candidatos devem ser “patrióticos” e “amar o país e amar Hong Kong”, embora não tenha deixado claro como essas atribuições seriam determinadas. “Uma vez que a prosperidade e a estabilidade de longo prazo de Hong Kong e a soberania, a segurança e o desenvolvimento de interesses do país estão em questão, há necessidade de que o processo ocorra de modo prudente e estável”, afirmou o Comitê.

O anúncio, com detalhes do que foi sinalizado na semana passada, veio em resposta a um relatório anteriormente apresentado pelo governo de Hong Kong sobre a reforma eleitoral. Pequim havia declarado, quando assumiu o controle do território em 1997 do Reino Unido, que o sistema de uma pessoa, um voto, seu “objetivo final”.

Atualmente, o executivo-chefe é nomeado pelo governo central, representado por um comitê de 1,2 mil membros amplamente alinhados com Pequim, incluindo líderes empresariais. Os candidatos devem até o momento ter o apoio de um oitavo do comitê, que em 2012 permitiu que um legislador pró-democracia fosse um dos três candidatos.

O plano de reforma eleitoral deve ter o apoio de Pequim, administrador de Hong Kong e conselho legislador da cidade. Com apenas pouco mais de um terço dos assentos, os legisladores pró-democracia de Hong Kong têm em teoria direito a veto. Entretanto, após defesas furiosas de autoridades da China nas semanas que antecederam a decisão anunciada hoje, pode ser que essas vozes da democracia podem ser persuadidas a apoiar o plano.