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China usa tarifas para avançar influência política nos EUA, diz Mike Pence

China usa tarifas para avançar influência política nos EUA, diz Mike Pence China usa tarifas para avançar influência política nos EUA, diz Mike Pence China usa tarifas para avançar influência política nos EUA, diz Mike Pence China usa tarifas para avançar influência política nos EUA, diz Mike Pence

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, afirmou nesta quinta-feira que a China faz proveito de questões que geram controvérsia, como as tarifas sobre importações aplicadas por Washington a vários países, para “avançar a sua influência política” sobre a opinião pública americana. “A liderança do presidente Donald Trump está funcionando e a China quer um presidente diferente. Não pode haver dúvida: a China está interferindo na democracia americana”, declarou o republicano em discurso no Instituto Hudson.

No pronunciamento, ele argumentou que informações das autoridades de inteligência americanas apontam que Pequim usa como alvo governos estaduais e locais nos EUA para explorar “quaisquer divisões” sobre formulação de políticas com a esfera federal. As cobranças adicionais a mercadorias compradas no exterior seriam um exemplo com potencial para gerar esse tipo de discórdia.

“O Partido Comunista da China está recompensando e coagindo empresas, estúdios de cinema, universidades, think tanks, acadêmicos, jornalistas e autoridades de governo americanos”, disse. O objetivo, de acordo com o vice-presidente, é “um esforço sem precedentes para influenciar” as eleições de novembro ao Congresso dos EUA e o “ambiente” rumo a 2020, quando Trump pretende concorrer à reeleição.

Pence disse ter ouvido de um oficial de inteligência americano que o que autoridades da Rússia “estão fazendo” em termos de interferência eleitoral “empalidece em comparação com o que a China está fazendo” nos EUA.

“Em junho, Pequim circulou um documento sensível intitulado ‘Notificação de Propaganda e Censura’ com sua estratégia. Atestava que a China tem de atacar precisa e cautelosamente, dividindo diferentes grupos domésticos nos EUA”, prosseguiu o nº. 2 de Washington.

Referindo-se à iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”, pela qual o governo chinês expede bilhões de dólares em empréstimos e investimentos em projetos de infraestrutura e logística em países na Ásia, na África, no Oriente Médio e até na América Latina, Pence sublinhou que a China “usa a diplomacia da dívida para expandir sua influência”.

“Pequim estendeu um colete salva-vidas ao regime corrupto e incompetente de (Nicolás) Maduro na Venezuela, que tem oprimido seu próprio povo. Eles ofertaram US$ 5 bilhões em empréstimos questionáveis a ser quitados com petróleo”, apontou o vice.

O pronunciamento no Instituto Hudson foi encerrado, contudo, com um tom menos animoso. “Hoje, a América está estendendo a nossa mão à China. Esperamos que, em breve, Pequim estenda a sua – com ações, não palavras, e respeito renovado pela América”, discursou Pence. “Mas não descansaremos enquanto nossa relação com a China não for baseada em justeza, reciprocidade e respeito pela nossa soberania.”