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Chuva 'abençoa' procissão sobre uso solidário da água em São Paulo

Chuva ‘abençoa’ procissão sobre uso solidário da água em São Paulo Chuva ‘abençoa’ procissão sobre uso solidário da água em São Paulo Chuva ‘abençoa’ procissão sobre uso solidário da água em São Paulo Chuva ‘abençoa’ procissão sobre uso solidário da água em São Paulo

São Paulo – Perto das 15 horas deste domingo, 22, dezenas de fiéis se espremiam sob guarda-chuvas, na frente da Igreja da Consolação, no centro, à espera do início da procissão. Com a crise hídrica em São Paulo, o grupo convocado pelo cardeal-arcebispo d. Odilo Scherer endereçaria aos céus orações pela “bênção da chuva”. “Vocês têm medo de se molhar?”, perguntou um padre, do carro de som, instantes antes de o ato ganhar as ruas. “Não!”, respondeu o coro dos católicos. Pouco depois, parou de chover.

O evento reuniu cerca de 1,5 mil fiéis, segundo organizadores, que rezaram, cantaram e distribuíram cerca de 800 litros de água para moradores de rua. À frente do grupo, seguiam réplicas de imagens de São José e Nossa Senhora da Penha, padroeira da cidade, que saiu da Paróquia São Luiz Gonzaga, na Paulista.

“Claro que se fosse um dia bonito, ensolarado, quem sabe viria mais gente”, comentou o arcebispo d. Odilo. Os fiéis demoraram uma hora para completar o percurso de quase 2 quilômetros até a Catedral da Sé, onde o ato foi encerrado com uma missa. Houve duas paradas: uma na frente da sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá, e outra no Largo de São Francisco.

Do meio para o final do trajeto, voltou a chover, obrigando os católicos a retomarem os guarda-chuvas. “Foi a procissão?”, perguntou um repórter ao arcebispo. “Não, foram as nuvens mesmo.”

Para d. Odilo, que seguiu o tempo inteiro a pé, o ato teve dimensão educativa. “Para o uso correto, racional e solidário da água”, disse. Ele também negou que a procissão seja um posicionamento político da Igreja. “Mas não vamos eximir a responsabilidade de ninguém, nem das autoridades nem dos cidadãos.”

Motoclube

Curiosamente, a procissão teve a participação de membros de um motoclube como batedores. Entre eles, estava o padre Natanael Pires, que, de jaqueta preta, acompanhava o ato sobre sua Harley Davidson. “Não há conflito. A filosofia do grupo é ajudar o próximo”, diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.