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Chuvas 'perdidas' dariam para abastecer região do PCJ por três meses

Chuvas ‘perdidas’ dariam para abastecer região do PCJ por três meses Chuvas ‘perdidas’ dariam para abastecer região do PCJ por três meses Chuvas ‘perdidas’ dariam para abastecer região do PCJ por três meses Chuvas ‘perdidas’ dariam para abastecer região do PCJ por três meses

Sorocaba – Se a região das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, no interior de São Paulo, tivesse armazenado o excesso de chuvas deste início de ano, a reserva de água seria suficiente para atender toda a demanda regional durante três meses. Por falta de represas, açudes e piscinões, a maior parte dessa chuva excedente se perdeu, conforme avaliação do Consórcio das Bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).

“A água da chuva que causa alagamento, mas vai embora, pode ser aquela que vai faltar lá na frente”, alerta o coordenador de projetos do PCJ, João Cezar Saad.

Ele cita como exemplo o Rio Piracicaba, que possui vazão média para janeiro de 200 metros cúbicos por segundo e, na semana de 18 a 23, registrou vazão superior a 600 m³/s.

“Essa diferença corresponde a 141,6 milhões de m³, suficiente para abastecer uma cidade de 400 mil habitantes durante 90 dias, se a água pudesse ser armazenada.”

Desde janeiro, em toda a bacia, o índice de chuvas se mantém 30% acima da média histórica, garantindo folga no abastecimento de cidades importantes, como Campinas, Jundiaí e Piracicaba, que foram fortemente atingidas pela crise hídrica entre 2014 e 2015.

A previsão do PCJ é de que as precipitações se tornem mais escassas nos próximos meses e alguns municípios podem até ter problemas de abastecimento entre abril e outubro, período de estiagem. “Embora a previsão seja de chuva na média, não há garantia de que isso vá acontecer.”

Conforme Saad, o Consórcio PCJ insiste para os municípios reterem a água das chuvas com obras simples, como a construção de bacias de contenção nas áreas urbanas e rurais.

“Na área urbana, além de reduzir o impacto das inundações, é possível usar a água para irrigação de praças e jardins, por exemplo. Nas áreas rurais, o foco é alimentar o lençol freático, que vai garantir o nível dos rios no período seco.”

Segundo ele, são obras simples que não grandes investimentos, mas poucos municípios as realizam. Para o PCJ, também é fundamental que o governo dê andamento a projetos para aumentar a reserva de água em rios da região, como a construção dos reservatórios de Pedreira, no Rio Jaguari, e Amparo, no Camanducaia.

“Se estivessem construídas, as barragens poderiam conter esses altos volumes de chuvas, tornando-se uma reserva estratégica para a região, além de regular as vazões, reduzindo o risco de alagamentos.”

De acordo com o governo estadual, as obras estão em processo de licitação.

Cantareira

De acordo com o coordenador do PCJ, a recuperação do Sistema Cantareira, que acontece mais rápido do que o previsto, também se deve à abundância das chuvas no interior. Com as altas vazões naturais dos rios da região, o Cantareira passou a enviar menos água para as Bacias PCJ.

“O sistema está enviando apenas 100 litros por segundo, enquanto a Grande São Paulo está recebendo 19,55 m³, o que tem permitido às barragens armazenar água e colocar o sistema operando a 58% da capacidade.”