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Cinco pessoas desaparecem por dia no Espírito Santo, diz estudo

60% da vítimas são homens e 73% são pessoas de cor negra. O F´orum Brasileiro de Segurança Pública analisou dados de 2019 a 2021

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Foto: Reprodução TV Vitória

De acordo com um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em média 4,9 pessoas desaparecem por dia no Estado do Espírito Santo. A estatística elevada preocupa familiares e autoridades. 

O levantamento que reúne dados de 2019 a 2021 registrou ainda uma média nacional de 183 pessoas por dia. Durante os 3 anos de pesquisa, mais de 200 mil brasileiros desapareceram no país.  

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Em solo capixaba, foram feitos 5.058 registros. Pela primeira vez, a pesquisadora do Fórum, Talita Nascimento, relatou um padrão de perfil entre os casos de desaparecimento no Espírito Santo: 60% da vítimas são homens e 73% são pessoas de cor negra. 

Ainda segundo a especialista, um cadastro nacional será criado para integrar os dados estaduais, com o objetivo de melhorar as taxas de pessoas encontradas. Em 2021, 8% dos casos foram solucionados no Estado. 

Fatores em comum em casos de desaparecimentos 

Entre diversos fatores apontados como possíveis causas de desaparecimentos, estão a dependência química, brigas familiares e problemas mentais. O homicídio também é considerado como um fator em comum. 

Ainda segundo o estudo, a idade de pessoas desaparecidas varia. No entanto, cerca de um terço dos casos tratam de adolescentes entre 12 e 17 anos, e 15% são jovens de 18 a 24 anos. 

O que fazer?

Em casos de desaparecimento, o tempo é um fator essencial. Para aumentar as chances de encontrar pessoas desaparecidas, deve-se registrar um boletim de ocorrência na primeira suspeita. 

O registro pode ser feito em qualquer delegacia ou mesmo on-line, pelo endereço virtual delegaciaonline.sesp.es.gov.br.

Familiares de pessoas desaparecidas 

Para a auxiliar de logística, Andreia Lima, a sensação de incerteza que permeia é angustiante. Há 6 meses, a profissional busca pela irmã Sara, de 20 anos, desaparecida após se encontrar com o namorado. 

“É muito angustiante procurar respostas e não obter. É viver um dia após o outro acreditando que um dia teremos uma boa notícia”, comentou. 

Roseli Alves Ribeiro compartilha da mesma dor. A idosa entrou em depressão e vive a base de remédios após o desaparecimento do filho, Patrick Ribeiro, de 37 anos. O filho da mulher foi visto pela última vez no ano de 2021, em Vitória. 

“Não tenho uma resposta, estou vivendo por viver, porque tenho uma filha e um neto. Eu peço a Deus todo dia que eu não morra antes de saber o que aconteceu com meu filho”, afirmou.

Para estas e outras famílias que vivem o drama de ter alguém próximo desaparecido, uma melhor estrutura para lidar com os casos é algo urgente. 

“Nós ficamos naquela angústia, naquela agonia, achando que ele vai voltar, vai aparecer a qualquer momento, e não aparece”, finalizou Roseli. 

*Com informações do repórter da TV Vitória / Record TV, Alex Pandini.