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Com risco de cair, passarela do Aeroporto de Congonhas será interditada

Com risco de cair, passarela do Aeroporto de Congonhas será interditada Com risco de cair, passarela do Aeroporto de Congonhas será interditada Com risco de cair, passarela do Aeroporto de Congonhas será interditada Com risco de cair, passarela do Aeroporto de Congonhas será interditada

São Paulo – No ano do centenário do arquiteto João Batista Villanova Artigas (1915-1985), a Prefeitura de São Paulo vai interditar a passarela projetada por ele e que dá acesso ao Aeroporto de Congonhas, na zona sul, porque 50% do corpo metálico está comprometido e com risco de cair sobre a Avenida Washington Luiz, na zona sul de São Paulo. Uma passagem temporária para pedestres vai ser construída enquanto a nova, financiada pelo setor privado, é construída.

Por dia, cerca de 3 mil pessoas passam sobre a estrutura comprometida de 60 metros, batizada de Comandante Rolim Amaro. Nesta sexta-feira, 11, técnicos e engenheiros da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras estiveram no local para escorá-la. Segundo Luiz Antonio de Medeiros, secretário da pasta, existe “um laudo dizendo que o risco de queda é iminente”. Na quinta-feira, 10, ele recebeu um documento com a descrição dos problemas.

Para que a passarela não caia, a Prefeitura passou o dia fazendo adaptações e, dentro de uma semana, ela será fechada definitivamente. A passagem provisória com rampas e elevadores (a atual não tem os equipamentos), ficará ao lado da que antiga. “(O escoramento) Está sendo feito em regime de urgência porque eu recebi um laudo dizendo que a queda é iminente. Não posso deixar para outro dia”, explicou Medeiros. Ele garantiu que engenheiros da secretaria vão ficar de plantão, 24 horas por dia no local, até que a obra provisória esteja pronta.

Projeto mantido

Medeiros disse que a nova estrutura terá cobertura e elevadores de acesso. Mesmo sendo diferente do original, ele afirmou que o projeto de Artigas será mantido. O Aeroporto de Congonhas é tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), o que inclui também a área ao redor do terminal aeroviário.

No entanto, a Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras disse que a passarela não está tombada. De acordo com o secretário, a nova passarela deve custar cerca de R$ 3,5 milhões e vai ser paga por empresários do setor hoteleiro e de aviação que têm atividades no entorno do Aeroporto de Congonhas.

A troca da estrutura é prometida pela gestão Fernando Haddad (PT) desde o ano passado, quando os mesmos danos que vão causar sua interdição já haviam sido constatados. A administração municipal chegou até a prometer abrir a licitação, o que não foi feito.

Em 2005, o ex-prefeito José Serra (PSDB) aceitou um projeto da iniciativa privada para reformar a estrutura. No ano de 2010, durante a gestão de Gilberto Kassab (PSD), o Ministério Público Estadual (MPE) exigiu que o projeto não fosse levado adiante e entrou com uma ação civil pública contra a Prefeitura. De acordo com os promotores, a nova passarela beneficiaria o Hotel Íbis, que fica próximo ao aeroporto.

História

A passarela foi inaugurada em 1974 e nunca passou por nenhum tipo de reforma. O desenho foi elaborado por João Batista Vilanova Artigas, um dos principais nomes da arquitetura brasileira. Ele é responsável por outras importantes estruturas da capital como o Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, e o edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).