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Conselho de Medicina suspende totalmente exercício de falso médico preso no Espírito Santo

Investigações apontaram que o falso médico prestou serviços para prefeituras capixabas e também para o governo do Estado

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Foto: Reprodução

Suspeito de fraudar documentos para abreviar o tempo de formação no curso de Medicina, Leonardo Luz Moreira teve a suspensão total do exercício da profissão suspenso pelo Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES).

Leonardo foi preso em agosto em São Mateus, no norte do Estado, e teria oferecido serviços de falsificação para outras pessoas obterem o mesmo benefício ilícito. De acordo com a Secretaria de Justiça (Sejus), ele permanece no Centro de Detenção Provisória de São Mateus.

O CRM-ES também aprovou a abertura de um processo administrativo contra ele.

Falso médico cobrava até R$ 40 mil para forjar documentos

Investigações da Polícia Federal, realizadas nos últimos três anos, apontaram que o falso médico prestou serviços para prefeituras capixabas e também para o governo do Estado. Em contrapartida, obteve cerca de R$ 850 mil em salários.

Além disso, segundo a polícia, Leonardo ofereceu o esquema fraudulento para outras pessoas, e cobrava entre R$ 20 mil a R$ 40 mil para forjar currículos da universidade boliviana onde iniciou o curso de Medicina. Pelo menos cinco falsos médicos já foram descobertos no mesmo esquema.

Na ocasião da prisão, o suspeito foi detido enquanto trabalhava no pronto-socorro do Hospital Estadual Roberto Silvares, em São Mateus. De acordo com a polícia, o diploma de Leonardo é verdadeiro, mas foi obtido por meio de fraude.

O falso médico agora vai responder por falsidade ideológica, falsificação de documentos, exercício ilegal da Medicina e associação criminosa. Crimes que, somados, em caso de condenação, podem dar pena de até 18 anos.

Também na época da prisão, em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) informou que Leonardo não é servidor estadual, mas sim contratado de uma empresa terceirizada que atua no hospital de São Mateus.

Ainda segundo a Sesa, no ato da contratação a empresa apresentou todas as documentações necessárias e obrigatórias para cada vínculo disponibilizado ao hospital, incluindo o registro ativo do funcionário no CRM-ES.

Já a Secretaria de Saúde de São Mateus disse que o diploma de Leonardo era da faculdade de Uningá, na Bahia, onde fez o Revalida, processo que certifica no Brasil a formação obtida fora do país.

A prefeitura informou ainda que, além do hospital Roberto Silvares, Leonardo trabalhava em uma unidade de saúde do município, assim como em outras cidades da região.