O Governo do Estado anunciou no final de 2015 a construção de 60 barragens em várias partes do Espírito Santo, com o intuito de que os reservatórios sejam usados em momentos de crise hídrica.
Segundo o Secretário Estadual da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Octaciano Neto, essas obras ajudarão a minimizar os transtornos para futuros períodos de seca que o Estado venha a enfrentar. “Essas obras não resolvem o problema que estamos passando agora. Até porque temos que aguardar o período de chuva que deve acontecer só em novembro”, informou.
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A expectativa é que até 2018 as obras dos reservatórios estejam concluídas. O investimento estimado pelo Governo é de mais de R$ 60 milhões e fazem parte do programa Estadual de Construção de Barragens. Das obras previstas, 26 serão construídas em assentamento de trabalhadores rurais no Norte do Estado. Segundo a Seag, juntas, elas terão capacidade para armazenar 1,5 bilhões de litros de água. Essas obras devem começar ainda no primeiro semestre desse ano.
Já a Barragem Boa Esperança, em Pinheiros, a maior do Espírito Santo, está em fase de conclusão. De acordo com secretaria, as licitações para finalização da obra estão em andamento. A barragem ocupa uma extensão de aproximadamente 10 quilômetros, um espaço que equivale a quase 270 campos de futebol. A capacidade da barragem é de 17 bilhões de litros de água, quantidade suficiente para abastecer 310 mil habitantes por quase um ano. .
Outros projetos de construção também estão em fase de finalização para serem encaminhados para licitação. Ao todo, são 34 barragens que serão construídas nos seguintes municípios: Barragem de Santa Júlia, na localidade de Agrovila, em São Roque do Canaã; Barragem de Floresta, localizada em Lajinha de Pancas, município de Pancas; Barragem Graça Aranha, em Colatina; Barragem Liberdade, localizada no município de Marilândia; e a Barragem de Cupido, na cidade de Sooretama.
Octaciano Neto informou que esses reservatórios são de múltiplo uso. “Essas barragens não estão sendo construídas apenas para ajudar o produtor rural, mas também as indústrias e para o consumo humano em períodos de crise”, explicou.
Estiagem
O período de poucas chuvas no Espírito Santo deve permanecer. Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), por uma série de fatores climáticos, a expectativa é que no mês de março chova próximo ou abaixo do normal.
De acordo com o Instituto, no Espírito Santo chove em média entre 900 e 1700 milímetros anualmente. Em 2014, essa média diminuiu. Só no noroeste do Estado, o total de chuva ficou abaixo de 800 mm.
O período de estiagem perdurou em 2015 e o Incaper registrou na Região Norte e na Região Serrana, uma média também abaixo de 800 mm. Na região metropolitana, no centro-sul e no Caparaó, o total anual de chuvas oscilou entre 800 e 1100 mm. Apenas no sudeste do estado é que as chuvas acumuladas ficaram entre 1100 e 1300 mm.
