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Corregedoria vai investigar delegado por fala homofóbica em escola do ES

O policial foi convidado para abordar os diferentes tipos de violência e, durante a fala, uma aluna perguntou o posicionamento da polícia em relação à homofobia

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Foto: Arlon Peixoto

A Corregedoria da Polícia Civil acompanha um caso polêmico envolvendo o delegado Djalma Pereira Lemos. Ele fez declarações homofóbicas durante uma palestra em uma escola municipal de Itapemirim, no Litoral Sul do Espírito Santo.

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Em um vídeo cedido ao Folha Vitória pelo professor Arlon Peixoto, que acompanhava a palestra junto com alunos e outros professores, é possível ouvir quando o delegado fala sobre o crime de homofobia. 

Como cristão que sou, eu entendo que somos todos filhos de Deus. Se nascemos homem e mulher, eu sempre vejo homem e mulher. Mas ninguém é perfeito, não é doença. Existe algumas anomalias que cria determinados padrões de conduta que não sei como definir, porque a gente falando assim pode ofender alguém, mas terá os hormônios…“, o delegado é interrompido por uma pessoa.

Em seguida, ele continua a fala e destaca que homofobia é crime. O professor explicou que a fala do delegado sobre o assunto ocorreu após uma aluna da escola perguntar sobre o posicionamento da polícia em relação à homofobia. O delegado participava de uma palestra sobre os diferentes tipos de violência. 

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Arlon Peixoto contou que ficou indignado com as falas do delegado, mas não interrompeu a palestra. Após o evento, conversou com outros colegas. Segundo ele, alguns professores sentiram que o trabalho de educar as crianças pode ter sido prejudicado.

Todo mundo ficou estarrecido. Ficamos muito preocupados em relação à postura dele, porque ele colocou nosso trabalho no descrédito muito grande, visto que ele é uma pessoa com imagem respeitosa por ser um delegado. De repente, ele fala tanta coisa como falou. Ele colocou nosso trabalho que é pautado em documentos legais e oficiais em descrédito, deixou a gente em uma corda bamba, pois os alunos poderiam não dar mais o crédito ao trabalho que a gente realiza na escola“, justificou.

O Folha Vitória tentou contato com o delegado por telefone, mas uma mulher, que se identificou como assessora dele, informou que ele não irá se manifestar sobre o caso.

O que diz a Polícia Civil?

Em nota, a Polícia Civil destacou que não compactua com o posicionamento do delegado e frisou que a instituição possui um núcleo especializado de casos de homofobia. 

A polícia informou ainda que o delegado fez, na palestra, uma colocação de cunho pessoal e que a Corregedoria já está acompanhando o caso.

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Veja o posicionamento da prefeitura 

A Secretaria de Educação de Itapemirim disse, em nota, que a Educação não é conivente a qualquer ato de racismo, discriminação ou preconceito e reafirmou o seu compromisso com a promoção da igualdade em todos os âmbitos da sociedade. 

A escola é o espaço do respeito, solidariedade, amor, paz e fraternidade. O vídeo que viralizou representa uma atitude isolada, que não condizia com o tema da palestra ‘Vulnerabilidade social’, e não deve desabonar o trabalho de toda uma equipe escolar“, completou o município.

Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Gabriel Barros

Produtor web

Gabriel Barros é jornalista formado pelo Centro Universitário Faesa e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo. Atua desde 2018 no jornalismo capixaba. Em 2020, passou a integrar a equipe do jornal online Folha Vitória, em coberturas sobre o cotidiano das cidades do Estado, política e cultura.

Gabriel Barros é jornalista formado pelo Centro Universitário Faesa e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo. Atua desde 2018 no jornalismo capixaba. Em 2020, passou a integrar a equipe do jornal online Folha Vitória, em coberturas sobre o cotidiano das cidades do Estado, política e cultura.