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Criança passa bem após procedimento para interromper gravidez, afirmam advogados

De acordo com o escritório de advocacia que representa a criança, nenhuma informação sobre a localização ou previsão de chegada ao estado será repassada

Criança passa bem após procedimento para interromper gravidez, afirmam advogados Criança passa bem após procedimento para interromper gravidez, afirmam advogados Criança passa bem após procedimento para interromper gravidez, afirmam advogados Criança passa bem após procedimento para interromper gravidez, afirmam advogados
Foto: Divulgação

O escritório de advocacia que representa a criança de 10 anos vítima de estupro em São Mateus, norte do Espírito Santo, informou por meio de nota que a menina passa bem e está assistida pela família após a realização de procedimento para interromper a gravidez.

Ainda de acordo com a nota, para garantir a segurança da criança e sua família,  nenhuma informação a respeito da localização ou previsão de chegada ao Espírito Santo será repassada.

Os advogados reiteraram que aqueles que violarem os direitos da vítima serão responsabilizados nas esferas cível e criminal. Afirmaram também que as medidas judiciais necessárias para responsabilizar quem divulgou informações pessoais da criança já foram tomadas.

Leia a nota na íntegra

À sociedade em geral,

A pedidos dos familiares, a representante constituída para a defesa dos direitos e interesses da criança de 10 anos violentada, vem informar que a criança passa bem e está assistida pela família. 

Deixamos claro que, para a segurança da menor e sua família, não prestaremos nenhuma informação acerca de sua localização ou previsões de chegada ao Estado do Espírito Santo.

Visando assegurar o direito constitucional à intimidade e à dignidade da criança esclarecemos que não estamos concedendo entrevistas a veículos de imprensa, nem a terceiros, nos limitando a prestar informações escritas que não tragam prejuízo aos seus direitos.

Novamente, solicitamos a todos que não veiculem qualquer tipo de informação, vídeo, foto ou notícia sobre o caso, tampouco manifestações acerca das decisões da família.

Quem tiver o real desejo de ser solidário à causa que atenda ao pedido de oração e tranquilidade que a família faz neste momento.

Reiteramos que todos aqueles que, de alguma forma, violarem os direitos dessa criança serão responsabilizados civil e criminalmente. Já estão sendo tomadas as medidas judiciais necessárias para repressão e responsabilização daqueles que já o fizeram.

Finalmente, a família agradece a solidariedade de todos que prestaram auxílio e estão apoiando a criança e a família, neste momento.

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Entenda o caso

O caso que chocou o Espírito Santo e o Brasil se tornou público depois que a menina deu entrada no Hospital Roberto Silvares, em São Mateus, se sentindo mal. Enfermeiros perceberam que a garota estava com a barriga estufada, pediram exames e detectaram que ela estava grávida de cerca de 3 meses.

Em conversa com médicos e com a tia que a acompanhava, a criança relatou que o tio a estuprava desde os 6 anos. Ela disse que não havia contado aos familiares porque tinha medo, pois ele a ameaçava.

A Polícia Civil fez buscas no Estado e também na Bahia onde o tio da criança, de 33 anos, suspeito pelo crime, tem familiares. Ele não foi localizado e é considerado foragido.

O Ministério Público, através da promotoria de Infância e Juventude, entrou com uma ação impedindo a divulgação de qualquer informação sobre o caso, para proteger a integridade da família e da criança.

O caso é considerado estupro de vulnerável, que consiste em ato libidinoso ou relação sexual com menor de 14 anos ou contra pessoa que por deficiência física ou mental não tem o necessário discernimento para a prática do ato ou que, por qualquer outro motivo, não pode oferecer resistência, conforme o artigo 217-A do Código Penal.

Por conta da ocorrência, a hashtag “#gravidezaos10mata” ficou nos assuntos mais comentados do Twitter Brasil na última quinta-feira (13). Usuários da rede social iniciaram campanha para que a menina tenha interrupção da gravidez garantida. A legislação brasileira permite o aborto para vítimas de estupro – e também em casos de risco de morte para mãe e feto anencéfalo.