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Depois de perder filho em acidente com avião experimental, piloto cria associação

Depois de perder filho em acidente com avião experimental, piloto cria associação Depois de perder filho em acidente com avião experimental, piloto cria associação Depois de perder filho em acidente com avião experimental, piloto cria associação Depois de perder filho em acidente com avião experimental, piloto cria associação

São Paulo – O psiquiatra e piloto de avião Augusto Fonseca da Costa perdeu o filho Vitor Augusto, de 19 anos, em um acidente com um avião experimental em janeiro de 2015. O jovem voava em um anfíbio Super Petrel LS, que sofreu uma pane e caiu em parafuso, colidindo com o solo após decolar do Aeroporto Luiz Dalcanalle Filho, em Toledo (PR).

O piloto constatou mais tarde que o fabricante da aeronave descumpriu uma notificação que ordenava a troca de uma mangueira de combustível antes do próximo voo. Um pequeno fragmento da mangueira se soltou e bloqueou a passagem de combustível, causando o acidente. O equipamento custou R$ 400 mil.

“Eu não teria comprado a aeronave sabendo que era tão precária. Só comprei porque o fabricante propagandeava que ela era certificada. Essas aeronaves experimentais podem ser fabricadas no fundo de quintal, ninguém fiscaliza”, disse. O caso está sob investigação da Polícia Civil de Toledo.

Auxílio

Depois de perder o filho, Costa decidiu criar uma entidade para defender vítimas de acidentes com voos experimentais. A Associação Brasileira de Vítimas da Aviação Geral e Experimental (Abravagex), que iniciou as atividades neste ano, oferece assistência jurídica e até financeira aos familiares. “A legislação brasileira é altamente irresponsável por enquadrar estas aeronaves como experimentais apenas para que não sejam obrigadas a cumprir normas de segurança. Esses acidentes não são investigados pelos órgãos oficiais. É um crime.”

A entidade quer discutir a reforma do Código Brasileiro de Aeronáutica para propor mudanças no registro dos aviões como experimentais. O esforço dela se une ao de entidades como a Associação Brasileira de Parentes e Amigos de Vítimas de Acidentes Aéreos (Abrapavaa), que pede na Justiça a proibição de venda de aviões experimentais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.