Geral

Destroços de navio misterioso aparecem em praia após recuo da maré em Santos

Destroços de navio misterioso aparecem em praia após recuo da maré em Santos Destroços de navio misterioso aparecem em praia após recuo da maré em Santos Destroços de navio misterioso aparecem em praia após recuo da maré em Santos Destroços de navio misterioso aparecem em praia após recuo da maré em Santos

O recuo da maré expôs os destroços de um navio misterioso na faixa de areia da praia do Embaré, em Santos, litoral do Estado de São Paulo. Estavam à mostra na manhã desta quarta-feira, 22, pedaços de madeira e restos de metal do que seria a estrutura do casco da embarcação, com mais de 50 m de extensão. O achado atraía a curiosidade de moradores e turistas. A prefeitura instalou fitas de isolamento e destacou servidores para monitorar o local, a fim de evitar acidentes.

De acordo com o município, o movimento das marés têm revelado pedaços da estrutura naufragada ao longo dos últimos anos, mas raramente uma porção tão grande do navio como a que foi exposta desta vez. Pesquisadores do Museu Marítimo de Santos acreditam que os destroços sejam do veleiro Nanny, que encalhou em Santos no dia 11 de maio de 1890.

A barca com três mastros e casco de ferro foi construída em 1868 nos estaleiros da empresa Thomas Royden & Sons, de Liverpool e trabalhou para uma companhia inglesa até 1885, quando foi comprada pela alemã J.W.Burmester, de Hamburgo. O veleiro Nanny possuía 52,50 m de comprimento, 8,70 de boca e 5,30 m de calado, pesando 612 toneladas.

No dia do encalhe, a barca vinha de Sunderland, na Inglaterra, com uma carga de carvão e entrava na barra de Santos, quando foi apanhada por uma tempestade. O navio foi jogado para a terra, encalhando de proa para São Vicente. Os 16 tripulantes dispararam tiros para pedir socorro. Os rebocadores que foram até o local não conseguiram se aproximar da embarcação, que acabou abandonada pela tripulação, “ficando a bordo apenas o capitão, o piloto e o dispenseiro”, segundo noticiário da época.

Quando a primeira lancha a vapor da Alfândega conseguiu se aproximar, o navio já estava enterrado na areia. Após o encalhe, a barca foi vendida em leilão público e o arrematante retirou grande parte da estrutura para reutilizar em outro navio ou vender como sucata. O relato do museu dá conta de que o cozinheiro da barca Nanny morreu durante o encalhe, tornando o local com fama de ‘mal assombrado’.