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Detentos vão reconstruir presídio destruído durante rebelião em Bauru

Detentos vão reconstruir presídio destruído durante rebelião em Bauru Detentos vão reconstruir presídio destruído durante rebelião em Bauru Detentos vão reconstruir presídio destruído durante rebelião em Bauru Detentos vão reconstruir presídio destruído durante rebelião em Bauru

Sorocaba – Os próprios presos vão realizar a restauração do prédio do Centro de Progressão Penitenciária 3, de Bauru, interior de São Paulo, destruído durante uma rebelião, em janeiro deste ano. Durante o motim, 152 detentos fugiram e 26 ainda não foram recapturados. A unidade abriga presos do regime semiaberto, que podem trabalhar fora da prisão.

A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) do Estado informou que sua equipe de engenharia já concluiu o relatório técnico das obras necessárias, após a vistoria das instalações afetadas pela rebelião. Atualmente, estão sendo elaborados o projeto básico para a reforma e a planilha com avaliação dos custos.

De acordo com a SAP, os detentos que serão selecionados para a obra serão beneficiados com a remição da pena, ou seja, a cada três dias trabalhados, é descontado um dia na pena a ser cumprida, conforma prevê a Lei das Execuções Penais. Eles também devem receber salário. Ainda não há data para o início das obras.

O CPP 3 está com 407 presos, número bem inferior à lotação no dia da rebelião, quando a unidade tinha 1.427 detentos. Com a destruição das instalações, a maioria dos internos foi transferida para outras unidades. A previsão é de que seja aproveitada a mão de obra disponível na unidade, já que muitos detentos passaram por cursos de capacitação profissional durante o cumprimento da pena.

A rebelião aconteceu no dia 24 de janeiro, na unidade de regime semiaberto da penitenciária. O motim teria se iniciado depois que um agente penitenciário retirou um telefone celular que era usado por um detento – os aparelhos são proibidos no interior dos presídios.

Os rebelados atearam fogo em colchões e depredaram as instalações, aproveitando o tumulto para realizar fuga em massa. Três pavilhões ficaram destruídos. Em dois deles, até o telhado ruiu.

Famosos

O prédio que atualmente abriga o CPP 3 foi construído na década de 1940 para abrigar a Escola Prática de Agricultura, na zona rural de Bauru. Em 1955, o então governador Jânio Quadros autorizou o uso das instalações pelo Departamento Estadual de Presídios, passando a sediar o Instituto Penal Agrícola, uma colônia penal em que os presos trabalhavam na agricultura e criação de animais. A denominação Centro de Progressão Penitenciária ‘Professor Noé Azevedo” foi dada em 2011. A unidade já abrigou presos famosos, como o ex-cirurgião plástico Hosmany Ramos e o chinês Law Kin Chong, considerado o maior contrabandista do Brasil.