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Divergência no nome em documentos dificulta liberação de corpo de idosa no ES

A diferença nos nomes foi identificado pelo SVO no momento em que a família foi realizar a liberação do corpo, em Vitória

Foto: Arquivo Pessoal/Rayani Reis

Uma família do bairro Planalto Serrano, na Serra, está passando por dificuldade para liberar o corpo de uma idosa, no Serviço de Verificação de Óbito (SVO). A mulher faleceu em casa, na última quinta-feira (10), aos 101 anos, por motivos naturais.

O que atrapalha o processo de liberação é uma divergência no nome da vítima em documentos de identificação da família. A diferença nos nomes foi identificado pelo SVO no momento em que a família foi realizar a liberação do corpo dela, em Vitória  

De acordo com Rayani Reis de Souza, neta da idosa, Maria da Vitória de Jesus Reis, o nome presente nos documentos dos filhos não batem com o nome identificado na documentação da idosa.

Na documentação dos filhos, a idosa está identificada como Maria da Vitória de Jesus Reis. Já na documentação dela, o nome escrito é Maria da Vitória Jesus. 

De acordo com Rayani, na documentação de casamento de sua avó consta apenas a informação da união com seu avô, Augusto José dos Reis, sem registro de alteração do nome dela. No entanto, o nome da senhora em seus documentos permaneceu Maria da Vitória de Jesus, seu nome de solteira. 

A divergência aparece no nome da idosa presente nos documentos dos filhos. Neles, o nome registrado é Maria da Vitória de Jesus Reis. 

“Nas certidões de hoje quando uma pessoa se casa, há a informação da troca do nome. No caso da minha avó, seria Maria da Vitória de Jesus Reis. Como era uma época totalmente diferente, não tem a informação desta mudança. Então, a gente não sabe se minha avó levou o sobrenome de casada ou permaneceu como de solteira. Mas nos documentos dos filhos está como se estivesse levado o sobrenome”, explica a neta Rayani. 

Mas a complicação não para por aí. O SVO não liberou o corpo exatamente por causa desse erro. O órgão orientou os parentes a procurarem a Defensoria Pública do Estado, pois só liberaria o corpo com autorização judicial.

A família foi até a defensoria e apresentou os documentos com diferenças apontadas, porém, foram informados que a resposta judicial só seria feita na próxima quarta-feira (16).

“Chegando na defensoria, o atendente pegou nosso caso, passou para o promotor, que estava resolvendo outras demandas, e que o mesmo não poderia nos responder no momento. No final do dia, a Defensoria Pública entrou em contato conosco e informou que abriu o processo, mas por conta das divergências nos nomes, seria um processo demorado e o juiz só poderia responder na próxima quarta”, contou Rayani. 

Família pretende realizar enterro na Bahia   

Foto: Arquivo Pessoa/Rayani Reis

De acordo com Rayani, a família toda está aflita com o tempo em que o corpo vai permanecer no Serviço de Verificação de Óbito. 

“O luto e essa triste situação só se estende, pois, a família não tem paz e está sofrendo. Desde que minha avó faleceu, minha mãe não dorme por conta da preocupação de enterra-la. é triste ter o corpo da minha avó preso em uma geladeira”, contou. 

Ainda segunda a neta, o último desejo de sua era voltar para Bahia, local onde nasceu. O desejo da família é levar o corpo até o Estado e realizar a última vontade de Maria da Vitória. 

“O último desejo dela era voltar para Bahia. Precisamos o mais rápido possível liberar o corpo da minha avó, para poder fazer o seu enterro lá. Queremos realizar seu último desejo”, contou. 

A reportagem do jornal online Folha Vitória procurou a Defensoria Pública do Espírito Santo e a Secretaria de Estado da Saúde (Saúde).

A Sesa, por meio de nota, informou que a direção do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) realiza a liberação de corpos somente mediante documentação da família e que, em caso de divergências no nome para comprovação de parentesco, o processo é encaminhado para autorização judicial.  Os trâmites já estão em andamento e aguardando decisão.

A Defensoria Pública não se manifestou.