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Dois bombeiros sócios de tirolesa no Morro do Moreno serão investigados por corporação

A Corregedoria do Corpo de Bombeiros vai instaurar Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar a condutas dos militares

Dois bombeiros sócios de tirolesa no Morro do Moreno serão investigados por corporação Dois bombeiros sócios de tirolesa no Morro do Moreno serão investigados por corporação Dois bombeiros sócios de tirolesa no Morro do Moreno serão investigados por corporação Dois bombeiros sócios de tirolesa no Morro do Moreno serão investigados por corporação
Foto: Reprodução

Dois cabos do Corpo de Bombeiros Militar, que são sócios da empresa responsável pela tirolesa no Morro do Moreno, onde o engenheiro João Paulo Sampaio dos Reis morreu no último sábado (1), serão investigados pela corporação. Informações iniciais apontaram a participação de apenas um militar. No entanto, nesta terça-feira (4), a corporação confirmou que dois cabos fazem parte do negócio. 

A Polícia Civil, responsável pela investigação, informou que o caso foi encaminhado para Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa de Vila Velha e aguarda o resultado da perícia realizada no local. Paralelamente, a Corregedoria do Corpo de Bombeiros vai instaurar Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar a condutas dos militares. Segundo a corporação, não há prazo para divulgação do resultado. 

Leia mais: VÍDEOS | Donos de tirolesa se pronunciam pela primeira vez após a morte de engenheiro

Em nota, o Corpo de Bombeiros esclareceu ainda que a Lei Estadual nº 3.196 permite que os militares desempenhem atividade empresarial, desde que seja como sócio cotista, o que é compatível com a atividade deles na empresa responsável pela tirolesa.

Local alterado
A TV Vitória/Record TV, apurou que o local do acidente foi alterado pelos responsáveis, que retiraram os equipamentos do corpo da vítima antes da chegada da polícia. A informação foi obtida junto aos bombeiros. Além disso, o capacete utilizado pelo engenheiro também não foi encontrado. 

Segundo policiais militares, um dos cabos, que é sócio da empresa, se negou a apresentar o equipamento que havia retirado. Eles prestaram depoimento no Departamento de Polícia Judiciária de Vila Velha e foram liberados.

Na segunda-feira (03), um dos donos da empresa responsável pela tirolesa do Morro do Moreno se pronunciou pela primeira vez. O empresário Alex Magnago e a advogada, Lucinéia Vinco, concederam uma entrevista para a TV Vitória/Record TV.

Vistorias do Crea-ES
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) também segue na vistoria e apuração dos fatos. Nesta terça-feira (04), o órgão informou que vai entrar em contato com a Polícia Civil e com o Corpo de Bombeiros para realizar um cruzamento de informações entre os órgãos. A previsão é de que as atividades do Conselho no caso prossigam durante a semana.

O engenheiro do (Crea-ES), Giuliano Basttiti, responsável pelo acompanhamento do caso, descreveu que o local é de difícil acesso e explicou o mecanismo de todo o trajeto da tirolesa.

Segundo ele, há dois lances com duas bases. A primeira base é a inicial, na qual a pessoa coloca os equipamentos e faz a partida. Ela tem 100 metros de comprimento até a segunda base e, toda a velocidade, é controlada pelo instrutor que fica na base, ou seja, de forma manual.

Já no segundo lance, que pega a segunda e terceira base (destino final), a velocidade é controlada pelo sistema de frenagem automática. A velocidade média é de 35 km por hora e são 400 metros de extensão.

Minutos antes do acidente
Um vídeo gravado minutos antes do acidente que matou o engenheiro João Paulo Sampaio dos Reis, de 47 anos, mostra os últimos momentos da vítima. As imagens, registradas por ele, mostram a descida das duas jovens que o acompanhavam no passeio, a filha e uma amiga.

Durante a gravação, enquanto uma das meninas se preparava para descer, João Paulo questiona se haveria risco da tirolesa ‘ir direto’ e recebe o instrutor diz que isso é “impossível”, explicando o funcionamento do sistema. “Aqui quem freia sou eu. No outro tem (sistema de freio). Está tranquilo”, afirmou. 

Licença ambiental
A Prefeitura de Vila Velha afirmou que o local é privado e os responsáveis devem ser questionados sobre operação no local e as condições do equipamento, instalado em área particular. Segundo o órgão, a tirolesa possui licença ambiental para funcionar e que esta é a única de responsabilidade do Município.