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Eleição deve gerar paralisia política na Venezuela, prevê analista do IHS

Eleição deve gerar paralisia política na Venezuela, prevê analista do IHS Eleição deve gerar paralisia política na Venezuela, prevê analista do IHS Eleição deve gerar paralisia política na Venezuela, prevê analista do IHS Eleição deve gerar paralisia política na Venezuela, prevê analista do IHS

São Paulo – A Venezuela realiza neste domingo eleições parlamentares, em um contexto de instabilidade e crise econômica. De acordo com Diego Moya-Ocampos, analista sênior da consultoria de risco IHS, independentemente do resultado eleitoral, deve haver paralisia política no país, já que a oposição, favorita nas pesquisas, não conseguirá maioria suficiente para aprovar “reformas econômicas necessárias” e, por outro lado, o governo não terá “capital político para conduzir um programa de ajuste econômico na escala necessária”.

Moya-Ocampos afirma, em relatório, que, mesmo com as pesquisas prevendo um resultado forte da oposição ao governo do presidente Nicolás Maduro, há alegações de intimidação dos governistas e de suposta manipulação do sistema eleitoral, o que deve gerar forte contestação dos resultados. O analista cita ainda as dificuldades para a atuação de observadores internacionais e o controle governamental do sistema eleitoral, além do uso do aparelho estatal para mobilizar partidários e intimidar a oposição.

“Independentemente de que assegurar a maioria, a margem deve ser muito pequena, levando à paralisia política”, diz Moya-Ocampos. “Isso irá deteriorar mais a economia, que deve contrair pelo menos 7,4% neste ano e pelo menos 5,3% em 2016.”

Diante da paralisia política, Maduro não deve ter capital político para adotar decisões econômicas impopulares, como cortar subsídios ao combustível e aos alimentos e o relaxamento dos controles sobre o câmbio e os preços, diz o analista. Segundo ele, a capacidade de Maduro de concluir seu mandato, até 2019, dependerá da habilidade do governo de impedir distúrbios sociais generalizados e saques, enquanto mantém o apoio dos militares.

“A mudança política da Venezuela será gradual, já que a próxima eleição presidencial não ocorrerá até 2019”, diz Moya-Ocampos. Segundo ele, apenas uma grande derrota na eleição parlamentar, a piora na economia e a falta de alimentos e outros produtos básicos, levando a saques generalizados, poderiam levar à perda do apoio dos militares e à eventual queda do presidente.