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Eleição na Guatemala caminha para segundo turno após renúncia do presidente

Eleição na Guatemala caminha para segundo turno após renúncia do presidente Eleição na Guatemala caminha para segundo turno após renúncia do presidente Eleição na Guatemala caminha para segundo turno após renúncia do presidente Eleição na Guatemala caminha para segundo turno após renúncia do presidente

Cidade da Guatemala – Um ex-humorista da televisão caminha para uma disputa de segundo turno contra um empresário ou uma ex-primeira-dama nas eleições presidenciais da Guatemala, dias depois que o presidente do país renunciou ao cargo em meio a um escândalo de corrupção.

Com mais de 96% das urnas apuradas, o comediante Jimmy Morales, que nunca havia disputado um cargo eletivo, lidera com 24% dos votos da eleição realizada este domingo. O empresário e conhecido político Manuel Baldizon e a ex-primeira-dama Sandra Torres estavam empatados, cada um com cerca de 19,4% dos votos. Baldizon supera Torres por menos de 800 votos entre os mais de 5 milhões de eleitores no total.

Os dois candidatos que receberem mais votos vão avançar para o segundo turno, a ser realizado no dia 25 de outubro.

Para o analista Christians Castillo, a performance surpreendente de Morales é um sinal de descontentamento dos eleitores, um voto de “punição” contra os candidatos mais tradicionais.

Autoridades eleitorais estimam que cerca de 80% da população tenha comparecido às urnas.

Os candidatos na eleição de domingo enfrentaram um desafio desconfortável: tentar ganhar votos em uma nação na qual o ex-presidente Otto Perez Molina segue preso por acusações de corrupção, aguardando a decisão sobre um julgamento.

A maioria dos candidatos era de figuras da velha guarda, escolhidos para a disputa antes de promotores, apoiados por um forte movimento de massa anticorrupção, derrubarem o governo de Perez Molina. Muitos eleitores estavam tão céticos que fizeram campanha para que as eleições fossem adiadas até que surgissem novos nomes.

Morales se colocou como um desconhecedor e disse que era parte dos revoltados com a corrupção. Ele prometeu maior transparência, incluindo uma revisão dos contratos do governo.

Baldizon vinha liderando a maioria das pesquisas com cerca de 30% dos eleitores. Seu companheiro de chapa é acusado por tráfico de influência, mas, como candidato, tem imunidade. Baldizon reconheceu que os guatemaltecos estão desgostosos com o crime, a corrupção e a impunidade. Seu site de campanha pede uma “modernização do Estado democrático” para reformar o governo e combater a pobreza e a desigualdade social.

Torres se divorciou do ex-presidente Álvaro Colom antes da corrida eleitoral tentando driblar regras que impedem parentes de presidentes de concorrer, mas ainda assim foi considerada inelegível. Mulher de negócios e figura política tradicional, ela propõe um governo de coalizão para responder a preocupações da população.

Uma questão chave nas eleições foi o nível de votos de protesto frente ao escândalo de corrupção, mas o número de votos em branco foi mínimo. O escândalo também já forçou a vice de Perez Molina, Roxana Baldetti, a renunciar. Ela também é acusada no esquema. Fonte: Associated Press.