Geral

Em História, metade dos experts da base curricular pesquisa indígena

Em História, metade dos experts da base curricular pesquisa indígena Em História, metade dos experts da base curricular pesquisa indígena Em História, metade dos experts da base curricular pesquisa indígena Em História, metade dos experts da base curricular pesquisa indígena

São Paulo – O grupo de 116 especialistas responsáveis pela versão inicial da Base Nacional Comum (BNC) é formado por professores de 35 universidades e servidores de secretarias municipais e estaduais de Educação de todo o País. Esse grupo foi dividido por disciplina e, dentro delas, por etapas de ensino (anos iniciais, finais e médio). No caso de História, metade dos seis professores universitários tem linhas de pesquisa que abordam história indígena.

O Estado analisou 30 currículos das comissões de História, Geografia, Matemática, Português e Sociologia. A maioria é de docentes envolvidos em estudos de currículos, métodos de ensino e formação de professores. Há no máximo três de cada universidade.

As subcomissões das disciplinas são compostas, em geral, por dois professores universitários e dois representantes das secretarias de Educação, indicados pela União dos Dirigentes Municipais (Undime) e pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).

Em História, por exemplo, são 13 integrantes, além de um supervisor. A disciplina foi a que mais acumulou críticas, por privilegiar a história indígena, deixando de fora saberes essenciais da história mundial.

Professor da Universidade Federal do Amapá (UFAP), Giovani José da Silva pesquisa história indígena e faz parte da equipe que redige a base. Segundo ele, as atuais versões “eurocêntricas” de currículos nunca mereceram atenção de quem hoje faz críticas à proposta inicial do País. “A versão que está no site é preliminar e expressa o desejo da equipe de 14 especialistas em romper com um modelo tradicional de ensino de História, questionando-o abertamente e colocando-o para ser discutido por todo o Brasil.”

Mauro Cezar Coelho, da Federal do Pará (UFPA), está no grupo de História focado no ensino médio. Ele ressalta que a proposta é para ser discutida, mas defende que ela se baseia no acúmulo de pesquisas. “O ensino de História sempre colocou o Brasil como apêndice da história europeia, e nós entendemos que poderíamos ter uma proposta inovadora.” Após a repercussão negativa que o conteúdo recebeu, o MEC ampliou o grupo e incluiu a Associação Nacional de História (Anpuh) na equipe.

Disputa. A vice-presidente da Undime, Manuelina Martins, diz que é difícil construir um texto com um grupo tão diverso. “Os professores das escolas que participam pedem que se chegue ao mais detalhado possível, enquanto a visão do pesquisador é outra”, diz ela, que critica os prazos.

Professor da Universidade de São Paulo (USP), Luís Carlos de Menezes participa da equipe de assessores montada pelo MEC e também coordenou a colaboração encaminhada pelo Conselho Estadual de Educação de São Paulo pelo portal. Segundo ele, é preciso assumir que o texto tem “fragilidades iniciais ostensivas”. “A segunda versão é que será como um rascunho para uma nova crítica”, afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.