Geral

Escola Monteiro: onde educar estimula o senso crítico e o respeito à diferença

O “DNA” da instituição inclui um processo educacional humanizado que valoriza o protagonismo de aluno e professor e incentiva a inovação e a criatividade.

Escola Monteiro: onde educar estimula o senso crítico e o respeito à diferença Escola Monteiro: onde educar estimula o senso crítico e o respeito à diferença Escola Monteiro: onde educar estimula o senso crítico e o respeito à diferença Escola Monteiro: onde educar estimula o senso crítico e o respeito à diferença
Foto: Talita Vieira
Aulas de Matemática utilizam ferramentas como material dourado e gincanas para fazer do aprender uma experiência lúdica.

Há mais de 50 anos, Vitória ganhava uma “escolinha de artes” trazendo uma ideia inovadora: permitir a livre manifestação infantil por meio da cultura e da arte.

Depois de tantos anos, o projeto cresceu e apareceu, tornando-se a Escola Monteiro, uma instituição de referência no Estado, que oferece turmas de ensino fundamental e médio, mas mantém, na essência, valores do momento de sua fundação, uma iniciativa da psicóloga Ana Rita Costa Gomes.

Presente em 33 desses mais de 50 anos, a atual diretora pedagógica da escola, Penha Tótola, afirma que o “DNA” da instituição inclui um processo educacional humanizado, que estimula a reflexão e o senso crítico, além de valorizar o protagonismo de aluno e professor e de incentivar a inovação e a criatividade.

“Na Monteiro, o aluno e suas famílias têm voz. Essa é uma característica latente no dia a dia da escola. Os alunos são chamados pelo nome. As portas da coordenação e da direção estão sempre abertas para ouvi-los. Realizamos também assembleias com todas as turmas da escola – do 1º ano do ensino fundamental ao 3º do ensino médio – para abrir espaço para ouvir críticas, sugestões, pontos positivos e para discutir temas importantes para boa convivência escolar e social, como empatia, respeito à diversidade, inclusão, responsabilidade social, sustentabilidade”, explica.

Aluna do 3º ano do ensino médio da Monteiro, Laura Locatel confirma a fala de Penha. Ela diz que não teve a oportunidade de fazer o ensino fundamental na escola, mas que, ao escolher cursar o ensino médio na instituição, ficou nítido o diferencial. “Na Monteiro, podemos falar. Há um respeito às diversas vozes. Há espaço para discussão, para a troca, para o pensamento crítico”, afirma.

Laura diz que experimentou, na prática, essa “escuta ativa” quando decidiu levar até a escola uma “angústia pessoal”.

“Participei de um projeto social e testemunhei a alegria de uma mulher ao ver que havia absorventes higiênicos entre as doações. A reação me intrigou e comecei a pesquisar sobre o assunto. Descobri a questão da pobreza menstrual e propus uma campanha tanto para arrecadar artigos de higiene quanto para lançar luz sobre esse tema, que é tão importante, junto à comunidade escolar. Minha ideia foi aceita e apoiada. O professor Lucio Manga, por exemplo, chegou a compartilhar a campanha nas suas redes. Tivemos um ótimo resultado, mesmo restritos ao público da escola por conta da pandemia”, conta.
Monteiro 04
Talita Vieira
Monteiro 05
Talita Vieira

Outro momento que deixa clara a abertura da escola à diversidade e à reflexão é a Feira Integrada, evento realizado no final de cada ano letivo e que esse ano acontecerá no formato virtual.

Acostumada a frequentar a feira todos os anos, quando acontecia presencialmente, a aposentada Rita Baptista Polese afirma que sempre se impressionou com a riqueza dos trabalhos, dos temas e das discussões.

“Saúde mental, invisibilidade social, desigualdade, arte e cultura – com ênfase para as manifestações capixabas – foram temas de muitos trabalhos que me chamaram atenção. A alimentação num contexto bem amplo, abordando a questão do agronegócio, dos agrotóxicos, da produção orgânica e da indústria alimentícia, também me mostrou que os alunos são estimulados a ampliar o olhar, a ir além do básico, a se aprofundar. Fui professora por 30 anos e acho isso tudo muito enriquecedor e importante na formação da criança e do adolescente. Sou feliz de ter uma neta na escola”, afirma.
Foto: Talita Vieira
Aula de ioga oferecida ao ar livre durante a pandemia.

Oferecer aulas de ioga e manter aulas de Filosofia no currículo do ensino fundamental 2 – o que não é uma obrigatoriedade – são outras demonstrações do quanto o “pensar por si mesmo” é estimulado.

“Ao estudar Filosofia, além de uma série de conhecimentos sobre as formas de pensar o homem, a vida e o saber, o aluno entra em contato com as diferenças de visão. Também começa a ter um olhar mais atento sobre o mundo e, ao mesmo tempo, percebe o quanto é importante respeitar a diversidade e desenvolver o pensamento crítico sobre o que está à sua volta. Nem todo mundo pensa igual e as discussões pacíficas, a troca de ideias, o ouvir o outro e a reflexão são importantes ensinamentos que também se materializam nessas aulas”, afirma Penha.


Conheça a Escola Monteiro:
Site: https://monteiro.g12.br/
Folder: https://monteiro.g12.br/wp-content/uploads/2021/06/MONTEIRO-FOLDER-2021.pdf