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Espírito Santo está preparado para enfrentar casos suspeitos de ebola, diz Secretaria de Saúde

De acordo com o coordenador do Centro de Emergências em Saúde Pública da Secretaria de Estado da Saúde, Gilton Luiz Almada, o Estado já está fazendo os trabalhos de vigilância

Espírito Santo está preparado para enfrentar casos suspeitos de ebola, diz Secretaria de Saúde Espírito Santo está preparado para enfrentar casos suspeitos de ebola, diz Secretaria de Saúde Espírito Santo está preparado para enfrentar casos suspeitos de ebola, diz Secretaria de Saúde Espírito Santo está preparado para enfrentar casos suspeitos de ebola, diz Secretaria de Saúde
O hospital Jayme Santos Neves está preparado para receber pacientes com sintomas Foto: Divulgação/Governo

Após a descoberta do primeiro caso suspeito de ebola no País, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que o Espírito Santo está preparado para enfrentar um eventual caso da doença.

De acordo com o coordenador do Centro de Emergências em Saúde Pública da Secretaria de Estado da Saúde, Gilton Luiz Almada, o Estado já está fazendo os trabalhos de vigilância, orientados pela Anvisa. “O vírus sempre existiu, por isso temos o trabalho de fazer a vigilância aqui no Estado, orientando as pessoas que apresentarem algum sintoma sobre os cuidados que devem ser tomados. A Anvisa está fazendo um trabalho de vigilância em todo o País, em parceria com os portos e aeroportos”, disse.

Sobre as possíveis “barreiras” no aeroporto de Vitória e no Porto, Gilton afirma que os procedimentos são os mesmos adotados em outros estados. “Aqui no Estado, a estratégia é a mesma em todo o País. Não temos condições de garantir que o vírus não vá chegar ao Espírito Santo, mas é lógico que existe todo um trabalho de conscientização. Se a pessoa esteve na África, nos países mais críticos como Serra Leoa e Guiné, e apresentou os sintomas, ela será orientada sobre quais cuidados deve tomar, será isolada, e iniciaremos o tratamento”, afirmou.

Ainda de acordo com o coordenador, equipes de saúde já foram treinadas e um hospital está de prontidão para atender pacientes que possam apresentar sintomas de ebola. “Se identificarmos um caso suspeito, o paciente será isolado, será encaminhado ao hospital Jayme Santos Neves, na Serra, que está preparado para isso. Depois, o paciente será transferido para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fiocruz. O objetivo é impedir a disseminação do vírus”, explica. 

Epidemia

O caso de suspeita de ebola foi comunicado no final da noite desta quinta-feira (09), pela secretaria Estadual do Paraná ao Ministério da Saúde. Informações preliminares indicam que o paciente veio de Conacre, capital da Guiné. 

O paciente foi encaminhado para um hospital de referência e material foi coletado para fazer o exames. As amostras foram enviadas para o Instituto Evandro Chagas, onde será feita a análise para confirmar se o paciente é ou não portador da doença.

O mundo vive hoje a pior epidemia de ebola da história. Foram registrados 8.011 casos na Guiné, Libéria e Serra Leoa, com 3.857 mortes, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde. Nigéria, Senegal e Estados Unidos e Espanha apresentaram transmissões localizadas. Juntos, foram contabilizados nestes países 21 pacientes com a doença e 8 mortes.

Transmitida por um vírus, a doença é fatal em cerca 65% dos casos. A infecção ocorre através do contato com sangue, fluidos corporais da pessoa infectada ou do animal doente, como macacos, capivaras e porcos-espinhos. Ao contrário de outras doenças, no entanto, a transmissão ocorre quando o paciente já apresenta os sintomas da infecção. Os principais são febre, fraqueza, dores abdominais, vômito e hemorragias. A incubação – período entre o contágio e a manifestação dos primeiros sintomas – pode variar entre 2 a 21 dias. Não há remédio específico para o ebola.

Em agosto, o Centro de Operações de Emergência em Saúde do Governo Federal acionou o nível dois de emergência, o penúltimo na escala de gravidade, que permite o deslocamento de equipes federais para regiões com suspeita da doença no País sem a necessidade de autorização dos governos locais.

Desde que a Organização Mundial de Saúde decretou emergência, o Brasil adotou um conjunto de medidas para prevenir a transmissão e permitir a rápida identificação de um caso suspeito da doença, com isolamento e tratamento.

O grupo Executivo Interministerial para Emergências em Saúde Pública foi convocado, videoconferências semanais com todos os Estados são realizadas, simulações foram feitas em hospitais de referência e em aeroportos. De acordo com o plano traçado, casos suspeitos devem ser encaminhados para hospitais de referência. Esses hospitais, no entanto, fazem apenas a primeira triagem. Casos confirmados, de acordo com a estratégia, devem ser enviados para dois hospitais: Instituto Nacional de Infectologia, no Rio e Hospital Emílio Ribas, onde os pacientes ficam internados. O teste de diagnóstico para comprovação da infecção é feito no Instituto Evandro Chagas.