Unidas pela dor e em busca de Justiça. Norteados pelo sentimento de perda, as famílias das jovens Gabryelle Oliveira Bonfim Sampaio e Bárbara Richardelle se encontrarão em frente ao Fórum de Vila Velha, na próxima quinta-feira (30), para uma caminhada de conscientização contra o feminicídio, que é o assassinato de mulheres por violência doméstica ou discriminação de gênero. O encontro está previsto parar acontecer por volta das 11 horas.
Em comum, as famílias sofrem com a angústia da ausência, a incerteza da Justiça e falta diária de entes queridos. No dia 23 de junho de 2014, a jovem Gabryelle foi encontrada morta depois de ter sido degolada e atingida por cinco facadas no bairro Novo México, em Vila Velha. O principal suspeito do crime é o jovem Tiago Rosa do Sacramento, de 25 anos. O acusado mantinha um relacionamento amoroso com a vítima.
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Para Neize Oliveira, mãe de Gabryelle, a caminhada acontece em uma data judicial. Na quinta-feira, será realizada a primeira audiência do caso. Segundo Neize, a intenção é pedir a condenação de Lucas Manhães Brício, suspeito de ter participado do crime. “Eu desejo que as autoridades olhem para o Lucas. Ele também participou do assassinato. Quero chamar a atenção para isso. Sei que a minha filha não vai voltar, mas espero que a Justiça seja feita”, desabafou.
Segundo Neize, os manifestantes caminharão pela praia, Rodovia do Sol e retornarão ao Fórum. A audiência começa às 13 horas. Neize disse que os participantes vestirão camisas com a foto de Gabryelle. Além disso, o ato contará com faixas e carro de som.
Ao lado da família de Gabryelle, estará a mãe, amigos e familiares de Bábara Richardelle. Apesar de morarem no mesmo município, Gabryelle e Bárbara não se conheciam. Contudo, o destino de ambas foi interrompido da mesma forma brutal. No dia 18 de março de 2014, a polícia encontrou o corpo da jovem Bárbara Richardelle, então com 18 anos.
O autor do crime, segundo a polícia, é o ex-namorado da vítima, Cristian Cunha, 19. Bárbara foi assassinada a golpes de escavadeira em um canteiro de obras de Vila Velha. Após o crime, o acusado teria comprado um churrasquinho e um refrigerante e comido ao lado do corpo.
Com a voz embargada, a mãe de Bárbara, Selma Santos, confirmou presença na caminhada. Para ela, é possível existir consolo em histórias tão parecidas. “Vamos caminhar. Na verdade, preciso apoiar outras mães. Apesar de tudo, eu ainda acredito na Justiça. Eu espero que o acusado de matar a Gabryelle não seja solto, como aconteceu com o homem que matou a minha filha. Acredito que a mãe da Gabryelle esteja com medo. Mas estaremos juntas”, afirmou.
A família de Ana Clara Félix Cabral, de 19 anos, encontrada morta a tiros na rodovia do Contorno, no dia 5 de fevereiro deste ano, também é aguardada na caminhada. O principal suspeito da morte da jovem é o namorado dela, o soldado da Polícia Militar Itamar Rocha Lourenço.
Repórter
Formada pela Faculdades Integradas Hélio Alonso ( FACHA-RJ), com experiência em assessoria de imprensa, mídias sociais e televisão.
