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Fed precisará ser cauteloso com normalização monetária, diz vice

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Jakcson Hole, Wyoming, 29 – O vice-presidente do Federal Reserve, Stanley Fischer, disse hoje durante o tradicional simpósio de Jackson Hole que o banco central norte-americano precisará proceder cautelosamente com a normalização da política monetária. Segundo ele, há “boas razões” para acreditar que a inflação nos EUA vai ganhar força e se dirigir para a meta de 2%.

“Dada a aparente estabilidade das expectativas de inflação, há boas razões para acreditar que a inflação vai subir, à medida que os fatores que a contém se dissipam”, comentou em um discurso preparado para o evento. Ele disse que o Fed aguarda o relatório sobre o mercado de trabalho (payroll) de agosto para obter mais informações sobre a situação da economia. “Em relação ao nosso grau de confiança sobre as expectativas de inflação, nós teremos de considerar todas as informações disponíveis e avaliar suas implicações para a projeção econômica antes de ter um julgamento”, afirmou.

No texto ele cita vários fatores que estão segurando a inflação, incluindo a queda nos preços de energia, a fragilidade das commodities não relacionadas ao petróleo, a força do dólar e a atual falta de vigor na economia dos EUA. “Não temos vistos evidências claras nos últimos anos de que o núcleo da inflação está subindo. Esse fato chama atenção para um ponto importante: embora existam muitas evidências para o papel exercido pela falta de fôlego da economia nos movimentos da inflação, essa influência geralmente é estimada com magnitude modesta e pode facilmente ser mascarada por outros fatores”.

Para ele, o Fed tem respondido adequadamente à falta de força na economia e na inflação nos últimos anos, com uma política altamente acomodatícia. “Para fazer o que a política monetária é capaz de fazer para atingir nossos objetivos de máximo emprego e estabilidade de preços, e garantir que esses objetivos continuarão sendo atingidos à medida que avançamos, nós muito provavelmente teremos de proceder cautelosamente na normalização da política monetária”, afirmou.

Segundo Fischer, a trajetória da política de juros importa mais do que o momento específico do primeiro aperto. “Com a inflação baixa, nós provavelmente poderemos remover a acomodação em um ritmo gradual. Ainda assim, como a política monetária influencia a atividade real com uma defasagem substancial, nós não deveríamos esperar até que a inflação atinja 2% para começar o aperto”, acrescentou.

O vice-presidente do Fed relatou ainda que os membros do banco central estão no momento “acompanhando – ainda mais atentamente que o normal – os desdobramentos sobre a economia da China e seus efeitos reais e potenciais sobre outros países”.

Em relação ao dólar, além da influência na inflação, Fischer afirmou que a valorização da moeda restringe o crescimento da demanda agregada e da atividade econômica como um todo, com o efeito mais forte sendo sentido dois anos após o choque no câmbio. “Assim, é plausível pensar que a alta do dólar ao longo do último ano vai conter o crescimento do PIB real em 2016 e talvez em 2017”, comentou. Segundo ele, o dólar já subiu 17% em termos nominais desde o ano passado. Fonte: Dow Jones Newswires.