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Fiscalização encontra chineses irregulares em pastelarias no Rio

Fiscalização encontra chineses irregulares em pastelarias no Rio Fiscalização encontra chineses irregulares em pastelarias no Rio Fiscalização encontra chineses irregulares em pastelarias no Rio Fiscalização encontra chineses irregulares em pastelarias no Rio

Rio – Quatro chineses foram encontrados em situação irregular de trabalho em pastelarias do Rio e da Baixada Fluminense, durante fiscalização realizada nesta sexta-feira, 17, pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), no Rio. Em Belfort Roxo, também na Baixada, outros dois chineses fugiram correndo após a abordagem dos auditores-fiscais.

Em uma pastelaria no centro do Rio, dois chineses trabalhavam sem documentos e viviam em um alojamento improvisado dentro do próprio estabelecimento. Os auditores-fiscais da SRTE/RJ identificaram que os dois dormiam em uma espécie de sótão, com espaço para apenas dois colchões e cerca de um metro e meio de pé direito, sem ventilação alguma. Nenhum deles fala português.

Já em Vila Isabel, os dois trabalhadores encontrados pela fiscalização não tinham a documentação regularizada. Mas moram em um apartamento de dois quartos em frente ao estabelecimento. Auditores visitaram o imóvel, que parecia em ordem. Os quatro foram levados à SRTE/RJ e entrevistados pelos auditores-fiscais.

Em uma pastelaria em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, outros quatro chineses foram intimados a comparecer à SRTE/RJ nos próximos dias.

“Tudo indica que é uma rede internacional de tráfico de pessoas, com escravidão por dívida, que provavelmente também ocorre em outros Estados do Brasil”, disse o padre Ricardo Rezende, antropólogo e coordenador do Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo (GPTEC), da UFRJ, que vem apoiando as investigações.

Caso seja comprovada situação análoga à escravidão, os trabalhadores podem ser levados para alojamentos temporários providenciados pela SRTE/RJ. “Os estrangeiros cuja mão de obra é explorada ganham toda a documentação. Isso reduz a situação de vulnerabilidade deles”, afirmou Márcia Albernaz de Miranda, auditora que coordena as investigações.

A fiscalização só não encontrou trabalhadores irregulares nos estabelecimentos visitados em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Denominada Operação Yulin, esta é a quarta etapa de investigações da SRTE/RJ com o objetivo de combater o trabalho escravo e o tráfico de pessoas. Desde 2013, cinco pessoas foram encontradas em situação análoga à escravidão em pastelarias do Rio.