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Flexibilizar licenciamento para favorecer empreendimentos 'é crime', diz Marina Silva

Segundo a ex-ministra, é errada a visão de que enfraquecer os órgãos ambientais e flexibilizar os empreendimentos pode ser positiva

Flexibilizar licenciamento para favorecer empreendimentos ‘é crime’, diz Marina Silva Flexibilizar licenciamento para favorecer empreendimentos ‘é crime’, diz Marina Silva Flexibilizar licenciamento para favorecer empreendimentos ‘é crime’, diz Marina Silva Flexibilizar licenciamento para favorecer empreendimentos ‘é crime’, diz Marina Silva
Foto: Divulgação

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva afirmou na manhã desta segunda-feira, 28, que a flexibilização do licenciamento ambiental para favorecer empreendimentos é um crime. Ela defendeu critérios mais rigorosos para a aprovação de investimentos com impacto no meio ambiente e disse que o desastre de Brumadinho (MG) traz um alerta para o novo governo.

Segundo a ex-ministra, é errada a visão de que enfraquecer os órgãos ambientais e flexibilizar os empreendimentos pode ser positiva. “É um crime. Quando acontece, o prejuízo é para todo mundo, principalmente para o meio ambiente e para a sociedade”, afirmou Marina em entrevista à Rádio Eldorado.

Na entrevista, a ex-ministra criticou políticos que chamam de “ideológicas” as preocupações com o meio ambiente e disse haver uma flexibilização oportunista das regras. “Existem agentes que fazem esse debate de forma injusta e, em um momento como esse, ainda querem colocar a culpa nos órgãos ambientais, que fazem o trabalho com pressão. Não se pode abrir mão de critérios rigorosos que protejam a vida das pessoas e o meio ambiente”.

Segundo Marina Silva, o licenciamento não deve ser dificultado ou facilitado, mas sim “resolvido”. “Se tem resposta do ponto de vista técnico nos aspectos ambiental, social, econômico, cultural, o empreendimento pode ser feito. Se não são respondidas essas questões, não pode ser feito”, disse.

A ex-ministra criticou as ações recentes do atual ministro Ricardo Salles, que, em sua avaliação, tem tentado “diminuir e sucatear o ministério de cima a baixo”. “O alerta que fica para todos nós é de manter a vigilância. Todo discurso de campanha de acabar com exigências ambientais e tornar isso um processo célere, com anuência de setores que nem têm competência para isso, com licença autodeclaratória, não tem o menor cabimento”, afirmou.

Marina ressaltou, ao fim da entrevista, o que o caso de Brumadinho não foi acidente, e sim um crime. “E crime deve ser punido como crime, para empresas e para todos aqueles que têm algum nível de responsabilidade, seja público ou privado”.