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Fome ameaçou mais de 700 milhões de pessoas no mundo em 2020, aponta da FAO

Fome ameaçou mais de 700 milhões de pessoas no mundo em 2020, aponta da FAO Fome ameaçou mais de 700 milhões de pessoas no mundo em 2020, aponta da FAO Fome ameaçou mais de 700 milhões de pessoas no mundo em 2020, aponta da FAO Fome ameaçou mais de 700 milhões de pessoas no mundo em 2020, aponta da FAO

A fome no mundo cresceu em 2020. De acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo em 2021, divulgado nesta segunda-feira, 12, entre 720 e 811 milhões de pessoas enfrentaram a fome no ano passado, aumentando o indicador de forma significativa pela primeira vez em cinco anos.

Porcentualmente, o relatório aponta que 9,9% da população mundial esteve submetida a subalimentação em 2020, um patamar similar – mas ainda superior – ao identificado em 2010, quando 9,2% estava sujeita a esta condição. Considerando o máximo estimado, aproximadamente 161 milhões de pessoas a mais não conseguiram garantir acesso regular à quantidade de alimentos suficiente para cobrir as necessidades de energia alimentar.

O relatório também apresenta um aprofundamento da desigualdade de gênero em relação ao acesso à alimentação. A prevalência de insegurança alimentar moderada ou grave entre mulheres é 10% maior do que entre homens em 2020. Pesquisas anteriores já haviam indicado esta desigualdade, mas os dados atuais apontam um agravamento, uma vez que, em 2019, o número era de 6%.

Na divisão por regiões, a Ásia foi a mais afetada pela subalimentação, com 418 milhões de pessoas subalimentadas no ano passado – considerando uma estimativa de 768 milhões. A segunda região mais afetada foi a África, com 282 milhões, em números totais.

Um dos fatores que contribuíram para o avanço da fome no mundo, segundo o relatório, foi a pandemia covid-19, que trouxe dificuldades econômicas e agravou desigualdades no acesso à alimentação de qualidade.

“A pandemia de covid-19 teve um impacto devastador na economia mundial (…). Com a crise econômica, milhões de pessoas na região da América Latina e do Caribe foram levadas à situação de extrema pobreza, e a perda do poder de compra impactou diretamente o acesso das pessoas a alimentos não só em quantidade, mas também em qualidade”, afirmou Gustavo Chianca, representante adjunto da FAO no Brasil, em entrevista ao Estadão.

Além da pandemia, o relatório também aponta que a intensidade e a frequência de conflitos pelo mundo, bem como o efeito das mudanças climáticas afetaram os setores de produção e distribuição de alimentos, contribuindo para o quadro apresentado pelo relatório.