Geral

Funcionários do Google ao redor do mundo protestam contra assédio sexual

Funcionários do Google ao redor do mundo protestam contra assédio sexual Funcionários do Google ao redor do mundo protestam contra assédio sexual Funcionários do Google ao redor do mundo protestam contra assédio sexual Funcionários do Google ao redor do mundo protestam contra assédio sexual

Aproximadamente mil funcionários do Google de todo o mundo deixaram os escritórios nesta quinta-feira, 1º, para se manifestarem contra a conivência da empresa com casos de assédio sexual cometidos por executivos – conduta que foi revelada por uma reportagem do The New York Times na semana passada. O protesto, que está sendo chamado de #Googlewalkout, teve a participação de funcionários de 47 escritórios da empresa, incluindo Ásia e Europa, de acordo com a agência de notícias Bloomberg.

Nos Estados Unidos, a manifestação começou em Nova York às 11 horas, no horário local. Mulheres e homens estavam presentes, segurando cartazes com dizeres, como “respeito às mulheres” e “não está tudo bem, Google”. Alguns americanos que não são funcionários da empresa também se uniram ao protesto, informou a agência de notícias Reuters.

Os funcionários listaram as suas demandas de mudança para a empresa. São elas: fim da arbitrariedade forçada em casos de assédio e discriminação, solicitação de um relatório público de transparência sobre casos de assédio sexual, elaboração de um processo transparente e inclusivo para denúncia de assédio sexual de forma anônima e segura, permissão para o diretor de diversidade se reportar diretamente ao presidente executivo da empresa e fazer recomendações ao conselho administrativo, nomeação de um representante dos funcionários para o conselho, e compromisso pelo fim da desigualdade de salários entre homens e mulheres.

Segundo relatos de funcionários, a mobilização foi construída por meio de vários e-mails trocados entre os colegas. A ideia do protesto surgiu no final de semana, de acordo com o site Buzzfeed News, quando os funcionários se reuniram em um fórum interno para debater o assunto.

Entenda os motivos

A manifestação dos funcionários do Google é uma resposta à reportagem do The New York Times publicada na última quinta-feira, 25. Nela, o jornal revelou que o Google protegeu três executivos que foram acusados de assédio sexual – um deles foi Andy Rubin, criador do Android, para quem a empresa pagou US$ 90 milhões na rescisão, segundo a reportagem.

Outro nome envolvido foi o de Richard DeVaul, diretor do Google X – área de pesquisa e desenvolvimento tecnológico da Alphabet, holding que controla o Google. O executivo é acusado de assediar uma engenheira durante o processo seletivo para uma vaga na equipe dele. DeVaul pediu demissão da Alphabet nesta quarta-feira, 31.

O presidente executivo do Google, Sundar Pichai, mandou um e-mail aos funcionários, em resposta à má conduta da empresa com casos de assédio sexual. No e-mail, Pichai não negou as acusações da reportagem, pediu desculpas e disse ainda que a empresa precisa adotar uma linha mais dura quanto a comportamentos inadequados. Pichai também declarou apoio ao protesto dos funcionários do Google.