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Governo dos EUA vê dependência da China como um grande risco geopolítico

Governo dos EUA vê dependência da China como um grande risco geopolítico Governo dos EUA vê dependência da China como um grande risco geopolítico Governo dos EUA vê dependência da China como um grande risco geopolítico Governo dos EUA vê dependência da China como um grande risco geopolítico

A China tem muitas armas que lhe dão vantagens geopolíticas, como o poderio militar e um vasto mercado consumidor. A maior preocupação dos Estados Unidos em relação ao país asiático, porém, é outra: a posição central da China nas cadeias de suprimentos globais.

O país asiático é responsável por quase 20% das exportações manufatureiras do mundo, pela produção de 66% das baterias de íon de lítio usadas em veículos elétricos, 86% dos minerais de terras raras e por 77% dos drones, de acordo com a União Europeia. A China também se tornou um fornecedor chave de ingredientes farmacêuticos ativos e do neônio utilizado para fabricação de semicondutores, por exemplo.

Por isso, a Representante de Comércio dos Estados Unidos, Katherine Tai, criticou o livre comércio e argumentou que ele ajuda a aumentar a dependência mundial em relação à China, em discurso feito na última semana. Ela afirmou ainda que tratados de comércio anteriores contribuíram para que “uma quantidade significativa de produtos viessem de países que não faziam parte do acordo” e que “essas regras beneficiam justamente as nações que utilizam a competição desleal para se tornarem centros de produção”, sem citar nominalmente a China.

Tai ainda pontuou que “as regras da cadeias de suprimentos desses acordos reforçam aquelas cadeias que são frágeis e deixam os Estados Unidos vulneráveis”. Essa dependência de Pequim é algo que poderia ser usado como retaliação contra o Ocidente no caso de um aprofundamento na tensão em Taiwan, por exemplo. Países como Holanda, Japão e Canadá detêm a maior parte do fornecimento de semicondutores, mas não são uma ameaça à segurança dos EUA.

O presidente americano, Joe Biden, dedicou parte de seus esforços na política externa para contornar esse problema. Cultivou laços com a Índia, que pode se tornar uma alternativa à China nos produtos manufaturados, e negociou acordos de minerais com a Europa. Apesar disso, o governo dos Estados Unidos quer evitar antagonizar de maneira desnecessária com Pequim e não quer ratificar as acusações de que Washington segue com uma mentalidade da Guerra Fria. Fonte: Dow Jones Newswires.