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Governo quer observação privada da Amazônia

Governo quer observação privada da Amazônia Governo quer observação privada da Amazônia Governo quer observação privada da Amazônia Governo quer observação privada da Amazônia

São Paulo – O Ministério do Meio Ambiente (MMA) abriu uma licitação para contratar na iniciativa privada serviços de monitoramento por satélite e geoprocessamento equivalentes aos que são prestados hoje pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) na observação de queimadas e do desmatamento na Amazônia.

O edital foi publicado em 20 de abril, no dia seguinte à exoneração da então diretora do Departamento de Florestas e de Combate ao Desmatamento da pasta, Thelma Krug, que foi uma das criadoras do Prodes, o sistema de monitoramento do Inpe que calcula as taxas anuais de desmatamento do Brasil desde 1988. O pregão será realizado amanhã.

O objetivo, segundo o texto publicado no site do MMA, é a “contratação de serviços especializados de suporte à infraestrutura de geoprocessamento e atividades de sensoriamento remoto para atendimento às demandas de monitoramento ambiental e geoprocessamento”. Entre os serviços previstos estão o monitoramento do desmatamento nos vários biomas brasileiros e o cálculo das emissões de gases do efeito estufa derivadas desse desmate.

Segundo o pesquisador Gilberto Câmara, ex-diretor do Inpe e especialista em monitoramento ambiental, os serviços estipulados no edital contemplam praticamente tudo que já é feito pelo Inpe nessa área. “Inclusive com uma duplicação do Prodes”, disse.

O MMA foi procurado no início da noite de ontem, mas afirmou que não havia tempo hábil para se posicionar sobre o assunto, por causa das questões técnicas envolvidas.

O Inpe é um instituto de pesquisa vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). A pasta também foi procurada pela reportagem, mas não se pronunciou.

Um outro especialista familiarizado com o assunto, porém, disse ao Estado que o objetivo do edital não é substituir o Inpe, mas agregar novos produtos e novas tecnologias ao portfólio de monitoramento ambiental do MMA. Não apenas com relação ao desmatamento, mas também ao monitoramento de vazamentos de petróleo no oceano, transporte de cargas perigosas e outras atividades.

Motivo

Conforme o Estado apurou com diversas fontes, o teor do edital foi um dos motivos para a demissão de Thelma, que se opunha à substituição – ou duplicação – do Prodes, cuja eficácia é reconhecida internacionalmente. Depois de muitos anos em queda, o desmatamento na Amazônia voltou a crescer nos últimos três anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.