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Governo quer usar plataforma digital para mapear 40 mil estudantes ausentes das salas de aula no ES

Representantes da Unicef atribuem o trabalho infantil e a vulnerabilidade social como uma das principais causas para a evasão escolar

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Foto: Reprodução

Quase 40 mil crianças e adolescentes em idade escolar não frequentam escolas no Espírito Santo. Apenas no ensino médio, são pelo menos  25 mil. Especialistas apontam situações de vulnerabilidade familiar e o trabalho infantil como as principais causas para evasão.

Para acompanhar a situação dessas crianças que evadiram do ambiente escolar, o governo do estado do Espírito Santo assinou na manhã desta quinta-feira (18), um termo de cooperação com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A entidade dispõe de uma plataforma para mapear e acompanhar crianças que evadiram da escola.

De acordo com a representante da Unicef no Brasil, Florence Bauer, a plataforma Busca Ativa Escolar é uma ferramenta de auxílios para os estados e municípios avancem no combate à evasão escolar.

Foto: Marlon Max / Folha Vitória

Doze municípios capixabas já utilizam o Busca Ativa, entre eles, o município de Vitória. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, afirmou que a parceria do estado com a Unicef espera alcançar todos os 78 municípios do Espírito Santo. Para Casagrande, o problema da violência está associado diretamente com a baixa escolaridade.

“Quantos mais escolarizadas a pessoa é, a tendência é que ela seja menos violenta. Por isso a educação é uma prioridade do programa Estado Presente”.

A ferramenta será implementada pela Secretaria Estadual de Educação (SEDU) como uma extensão do programa Escola para Todos, que já está em execução. A plataforma Busca Ativa Escolar reúne representantes de diferentes áreas – Educação, Saúde, Assistência Social, Planejamento – dentro de uma mesma plataforma.

“Após a coleta de informações a respeito de cada criança que não está na escola, a gente faz todo um trabalho individualizado de busca ativa, para que esses alunos possam retornar ao ambiente escolar”, disse o secretário de educação, Vitor de Angelo.

Trabalho Infantil

Foto: Agência Brasil

Em uma declaração recente, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse não ver como um problema crianças trabalhando. Em entrevista, Bolsonaro relembrou o seu tempo de trabalho infantil em fazendas do interior de São Paulo, afirmando que o “trabalho dignifica o homem e a mulher, não interessa a idade”.  

A coordenadora da Unicef para o estado do Espírito Santo, Luciana Phebo, diz que a entidade trabalha com o mesmo entendimento apresentado no Estatuto da Criança e do Adolescente e que a vulnerabilidade social está diretamente associada à evasão escolar.

“O trabalho infantil é uma das importantes causas da evasão escolar no Brasil. Qualquer criança que esteja abaixo de 14 anos exercendo qualquer atividade laboral, isso é ilegal no Brasil. E mesmo após os 14 anos, o trabalho tem condições específicas para a proteção do adolescente”  

A Busca Ativa Escolar é uma plataforma gratuita para ajudar os municípios a combater a exclusão escolar, desenvolvida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), o Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas) e o Instituto TIM.