Geral

Governos inflam números de categorias profissionais com prioridade

Governos inflam números de categorias profissionais com prioridade Governos inflam números de categorias profissionais com prioridade Governos inflam números de categorias profissionais com prioridade Governos inflam números de categorias profissionais com prioridade

Desde o fim de 2020, o plano nacional de vacinação contra a covid-19 já previa prioridade a algumas categorias profissionais, como trabalhadores da saúde e da educação. Ao longo do tempo, porém, os grupos com esse direito só aumentaram. De um lado, o governo federal colocou mais profissões na frente da fila, como bancários e carteiros. Do outro, Estados e prefeituras adotaram regras próprias.

Apesar de o Programa Nacional de Imunização (PNI) definir prioridades, não é ilegal que gestores criem parâmetros regionais. Especialistas, no entanto, criticam a falta de diretriz única e acreditam que isso pode atrasar o ritmo da vacinação.

Estados como Bahia, Maranhão, Goiás e Rio Grande do Norte colocaram entre os preferenciais trabalhadores da comunicação. Em ao menos dois casos, no entanto, a medida foi parar nos tribunais.

No Rio Grande do Norte, a Justiça suspendeu a decisão de vacinar profissionais da comunicação e também os de assistência social. O governo potiguar disse que age com base em orientações do Ministério da Saúde, exceto no caso do grupo da assistência social.

Já na Bahia o Ministério Público recorreu ao STF para barrar os jornalistas mas o ministro Dias Toffoli negou esse pedido no início do mês. O governo do Estado destacou que as decisões são tomadas de forma bipartite, entre Estado e municípios. Disse ainda que só 10% das doses são reservadas para grupos preferenciais.

Em São Paulo, a cidade de Campinas, por sua vez, incluiu profissionais do sexo entre os prioritários. A prefeitura campineira disse ao Estadão que a estratégia para definir quais são as populações vulneráveis i realizada pelo município e comunicada ao Estado.

A pressão para acrescentar profissões à lista também parte do Legislativo. Em junho, a Câmara aprovou projeto que inclui, além de caminhoneiros e bancários, categorias como empregados domésticos, taxistas, motoristas de aplicativo e entregadores.

Indiscriminado

Ex-coordenadora nacional do PNI, Carla Domingues alerta que a inclusão indiscriminada resultou num ritmo desigual de vacinação entre os Estados. “Na medida em que o próprio Ministério delegou que Estados e municípios definissem suas políticas de vacinação, perdemos a homogeneidade de um plano com regras únicas”, afirmou.

Assim, enquanto em parte das regiões o número de categorias aumenta, em outras a falta de um pacto nacional faz com que a priorização não saia do papel. No início do mês, o Ministério da Saúde decidiu incluir bancários e carteiros no rol dos preferenciais. Ao anunciar o grupo dos bancários, o ministro Marcelo Queiroga alegou o peso econômico da decisão. “Eles são fundamentais para que nossa economia continue fluindo”.

“Os critérios para definir quem são profissionais de saúde e a tal das comorbidades são desencontrados”, advertiu o médico epidemiologista Paulo Lotufo, da Universidade de São Paulo (USP), que viu problemas na definição dos grupos preferenciais desde o início da campanha. Na classificação de profissionais de saúde, por exemplo, diz ele, a inclusão de psicólogos e veterinários chegou a causar polêmica em janeiro. A seu ver, o que deve prevalecer é o critério da faixa etária.

São Paulo

Em São Paulo, a imunização de bancários e carteiros segue fora do horizonte. A Prefeitura da capital não fixou data para iniciar a vacinação dos dois grupos.

Na semana passada, o Sindicato dos Bancários enviou ofício ao município, justificando que a categoria é serviço essencial e não parou durante a pandemia. Também citou exemplos de cidades da região metropolitana que já começaram a vacinação desses grupos, como Barueri e Embu-Guaçu.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.